Alberto Fernández deve tratar da possível entrada do país no banco do Brics e de mecanismos de empréstimos ao país

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, desembarca novamente em solo brasileiro nesta segunda-feira. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernández tem encontro marcado com os presidentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigo Pacheco e Rosa Weber.

Medidas de apoio financeiro ao país, que vive uma crise econômica e política, deverão estar na pauta da viagem. Essa é a quarta vez que ele vem ao Brasil e a quinta que se encontra com Lula desde janeiro.

Além da posse de Lula, o presidente da Argentina veio a Brasília em maio e, posteriormente, participou da cúpula de presidentes sul-americanos, sediada também na capital brasileira. Já o presidente Lula fez visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional.

Ajuda financeira

Um dos temas da viagem deve ser a possível entrada da Argentina no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como "banco do Brics".

A Argentina conta com o apoio do Brasil para a tentativa de ajuda financeira por meio do NBD, o banco de fomento do bloco formado por África do Sul, China, Índia e Rússia.

O banco do Brics tem sede em Xangai, na China, e atualmente é presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff. Ela foi indicada por Lula em março.

O socorro financeiro a Argentina já havia sido tratado entre Lula e Fernández durante um encontro no Palácio da Alvorada, em maio.

Crise econômica

Os argentinos enfrentam uma grave crise na economia, com desvalorização da moeda local e altos índices inflacionários. A inflação anualizada está em 114%. O presidente Lula tem buscado ajudar o vizinho. No encontro do início de maio, o GLOBO mostrou que Fernández almejava o mínimo de US$ 1,5 bilhão por mês em financiamento à exportação de insumos industriais para a Argentina. Mas as negociações ainda não foram totalmente fechadas.

Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram o valor de US$ 15,3 bilhões. As importações de produtos argentinos, por sua vez, chegaram a US$ 13 bilhões. Nesse parâmetro, é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil.

“O governo brasileiro atribui caráter estratégico e prioritário às relações com o país, eixo fundamental do Mercosul (...) A visita de Estado ocorre no contexto da retomada da parceria estratégica bilateral, iniciada com a visita do presidente Lula à Argentina, em 23 de janeiro, quando foi assinada declaração conjunta com múltiplos compromissos que adensaram ainda mais os laços bilaterais”, diz o Itamaraty.


Fonte: O GLOBO