Von der Leyen, que defende a posição ucraniana, afirmou em declaração após a reunião que, assim como a Ucrânia, quer "paz duradoura, abrangente e justa"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou em reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a tentativa de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia para evitar a escalada da guerra e afirmou que "não há soluções militares" para o conflito.

— Reiterei nosso empenho em busca da paz, evitando a escalada da guerra e do uso da força e seus riscos incalculáveis. Não há solução militar para esse conflito. Precisamos de mais diplomacia e menos intervenções armadas na Ucrânia, na Palestina, no Iêmen. Os horrores da guerra e o sofrimento que ela provoca não podem ser tratados de forma seletiva — afirmou Lula.

Von der Leyen, que defende a posição ucraniana, afirmou em declaração após a reunião que, assim como a Ucrânia, quer "paz duradoura, abrangente e justa".

— Somos parceiros estratégicos e temos que trabalhar juntos para enfrentar desafios globais, que também incluem a guerra da Rússia e Ucrânia. Juntamente com a Ucrânia queremos paz duradoura, abrangente e justa. A comunidade internacional tem que abordar esse desafio.

A comissária ainda afirmou que discutiu com o presidente Lula a "fórmula" do presidente Zelensky pela paz e destacou que o Brasil tem um papel importante para desempenhar como presidente do próximo G20 na costura pela paz.

— Nós discutimos a fórmula do presidente Zelensky para a paz e o Brasil terá um papel importante a desempenhar como presidente do próximo G20.

Lula tem criticado a falta de disposição de Zelensky e Putin de negociar o fim do conflito. Ele reforçou a condenação da violação territorial da Ucrânia, mas afirmou que não é possível construir uma proposta de paz enquanto os ataques não forem interrompidos. O que eu sinto é que nem o Putin nem o Zelensky estão falando em paz nesse momento.

— Me parece que os dois acreditam que alguém vai ganhar e não precisa discutir a paz. Eu estou convencido que se não houver uma discussão sobre a paz essa guerra pode ser muito longa. E acho que é importante a gente evitar que continue morrendo gente — afirmou na ocasião, completando:

— Só é possível discutir a paz quando o Zelensky e o Putin quiserem discutir a paz. Não é possível construir uma proposta em guerra. Queremos que primeiro pare os ataques e depois a gente encontre uma saída negociada. É assim que a gente vai encontrar a paz. Ninguém tem um modelo pronto, o modelo pronto será deles.


Fonte: O GLOBO