Empresário brasileiro é alvo de ao menos cinco mandados de prisão preventiva no Brasil, por crimes como sequestro, estupro e agressão

A demora na conclusão da extradição do empresário Thiago Brennand dos Emirados Árabes gera expectativa entre as vítimas do brasileiro, alvo de ao menos cinco mandados de prisão no Brasil, por crimes como estupro, sequestro e agressão. O processo de extradição, porém, não é simples, e demanda vários trâmites entre os países envolvidos para sua efetivação.

Fontes policiais ouvidas pelo GLOBO relatam alguns pontos que podem ter influenciado no imbróglio sobre os prazos para a extradição. O primeiro deles é o Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos. Neste periodo, as rotinas de trabalho são alteradas, e as instituições públicas reduzem o horário de expediente.

Os Emirados Árabes autorizaram a extradição de Thiago Brennand em 15 de abril. Mas o documento que oficializa o trâmite só foi enviado à embaixada brasileira mais de dez dias depois, em 26 de abril, coincidindo com o fim do Ramadã.

Fontes policiais destacam ainda o alto custo de uma operação deste tipo, o que demanda tempo também para aprovação de verba dentro do governo brasileiro.

Além disso, a logística neste caso demanda organização detalhada. No caso de Brennand, seriam quatro agentes da Polícia Federal, o dobro do habitualmente usado em operações do tipo, mas adotado aqui dado o histórico de violência do empresário.

Um dos agentes seria faixa preta em jiu-jítsu. Foi relatado, ainda, que o brasileiro deve voltar algemado nas mãos e nos pés. Há um temor de que ele possa ter alguma reação na aeronave.

O processo poderia inclusive ter demorado mais, mas a repercussão dos crimes dos quais o empresário é acusado aumentou a pressão nas autoridades brasileiras para a urgência do retorno de Brennand, disseram outras fontes. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o caso e, recentemente, o ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou em uma rede social que Brennand seria trazido “com brevidade”.

Estima-se que o empresário volte ainda nesta semana ao Brasil. Ele deve ser encaminhado à polícia em São Paulo e enviado a um Centro de Detenção Provisória em Guarulhos.

É provável que a defesa tente um habeas corpus. Mas, por enquanto, há uma audiência marcada para o dia 30 de maio em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Há três processos com prisão decretada do empresário na cidade.


Fonte: O GLOBO