Segundo prefeitura, local era mapeado mas não fazia parte das áreas de "risco 4", ou seja, que tem risco iminente de desabar. e, por isso, tem monitoramento constante

A área onde ocorreu um deslizamento de terra, que matou 8 pessoas na noite desse domingo (12), em Manaus, não era monitorada pela prefeitura da capital para possíveis tragédias.

Segundo a prefeitura, o local era mapeado, mas não fazia parte das áreas de "risco 4", ou seja, que tem o risco iminente de desabar e, por conta disso, recebem monitoramento constante pelos órgãos.

O deslizamento ocorreu na Comunidade Pingo D'água, no Jorge Teixeira, na Zona Leste da capital. Oito corpos foram retirados dos escombros, sendo quatro adultos e quatro crianças. Nove casas foram atingidas. As buscas por desaparecidos foram encerradas durante a manhã desta segunda (13).

Em toda Manaus, são 62 áreas de "risco 4", mas a Comunidade Pingo D'água não estava entre elas.


Deslizamento ocorreu durante a noite de domingo. — Foto: Patrick Marques/g1

A área, segundo a administração municipal, era considerada como de "risco 2", ou seja, oferecia risco, mas não imediato e nem com grande impacto porque a ocupação não existia até a metade de 2022 quando foi feita a última visita da prefeitura.

No entanto, a informação da prefeitura diverge das repassadas pelos moradores do local, que dizem que a comunidade existe há, pelo menos, cinco anos.

O caso

O deslizamento de terra ocorreu durante a noite de domingo (12), após a forte chuva que atingiu Manaus durante o dia.

Segundo o Prefeito de Manaus, David Almeida, no alto do barranco havia um lixeira viciada que, com a quantidade de água, pode ter sido fundamental para que a terra cedesse.

Até esta segunda, oito pessoas foram reconhecidas pelos familiares. São eles:

  • Jucicleia Barbosa de Lima, de 31 anos, foi identificada pela mãe, a aposentada Maria das Graças. A filha da vítima também morreu no deslizamento.
  • Heloiza Barbosa, de 7 anos, é filha de Julcicleia. A criança também foi retirada dos escombros e identificada pela avó, Maria das Graças. Mãe e filha serão veladas em uma igreja no bairro Jorge Teixeira, próximo ao local do deslizamento.
  • Cleberson Nunes Barbosa, de 34 anos, foi identificado pela família durante a madrugada.
  • Caleb Mendes Nunes, de 7 anos, foi encontrado morto no local. A vítima é filho de Cleberson. Pai e filho serão velados na Igreja Missionária de Aliança e Milagre, no bairro Jorge Teixeira, também nas proximidades de onde ocorreu a tragédia.
  • Rosmig Yelena Salazar, 43 anos, de origem venezuelana, morreu ao tentar sair da casa com o filho e sobrinhos.
  • Ilan Frango Corales, 35 anos, imigrante venezuelano, sobrinho de Rosming, morreu enquanto saía de casa com o filho. Morava na residência ao lado da tia.
  • Israel Jonniel Frango, 7 anos, filho de Ilan e sobrinho de Rosming, morreu enquanto saía de casa com o pai.
  • Dainelson Rosniel Alvorada, 4 anos, filho de Rosming, morreu ao lado da mãe, enquanto tentavam sair do local.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), quatro vítimas são de origem venezuelana e não foram identificadas oficialmente.

O Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) informou que vai usar toda a estrutura de identificação disponível e, também, vai solicitar o apoio da Polícia Federal (PF) para identificar as vítimas.

Desabrigados são levados para escola

Moradores que ficaram desabrigados após o deslizamento de terra serão alojados na Escola Municipal Helena Augusta Walcott, localizada na Avenida Itaúba, próximo ao local do deslizamento.

A Prefeitura de Manaus não informou quantas famílias serão abrigadas temporariamente no local.

Fonte: G1/AM