Jogadores do Chelsea durante jogo contra Crystal Palace, pela Premier League — Foto: HENRY NICHOLLS / AFP
A AFP Sport analisa o estado atual dos bicampeões europeus, vencedores em série durante a era Roman Abramovich.
Guerra do trono
O coproprietário do LA Dodgers, Boehly, foi o rosto de uma aquisição concluída em 2022, depois que sanções impostas ao bilionário russo Abramovich forçaram uma venda rápida do clube.
No entanto, a grande maioria do preço recorde mundial de £ 2,5 bilhões (R$ 18,3 bilhões) para um clube de futebol veio do grupo de private equity Clearlake Capital de Eghbali.
Após a breve passagem de Boehly como diretor esportivo do clube, durante os primeiros seis meses do novo regime no oeste de Londres, Eghbali se tornou a figura mais ativa dentro do grupo de proprietários.
Dizem que o relacionamento entre os dois se deteriorou nos últimos meses, com opiniões divergentes sobre a política de recrutamento do clube, resultados ruins e o fracasso em progredir na construção de um novo estádio.
Uma das principais divergências teria sido sobre o agora ex-técnico Mauricio Pochettino. O argentino conduziu o time para um final forte após um início problemático em sua única temporada no comando. O Chelsea terminou em sexto na Premier League e se classificou para a Liga Conferência da Uefa. Acredita-se que Boehly tenha apoiado Pochettino, hoje treinador da seleção masculina de futebol dos Estados Unidos.
No entanto, Eghbali e os codiretores esportivos do clube Paul Winstanley e Laurence Stewart teriam favorecido uma nova abordagem. Enzo Maresca se tornou a quarta nomeação permanente do clube como técnico em menos de dois anos.
A Bloomberg informou que Boehly e Eghbali estão analisando se poderiam comprar as ações do Chelsea um do outro. Arrecadar dinheiro para isso seria muito mais oneroso para Boehly, que possui menos de 13% das ações, em comparação com os 61,5% da Clearlake.
Dinheiro não comprou sucesso - até agora
Boehly e Eghbali conseguiram gastar cerca de £ 1,1 bilhão em dezenas de jogadores que, até então, nada mostraram de retorno pelo investimento.
Há pouco mais de três anos, o Chelsea, então ainda de propriedade de Abramovich, derrotou o dominante Manchester City de Pep Guardiola para ganhar a Liga dos Campeões.
Com Ben Chilwell sendo um dos vários atletas recrutados por um preço considerado caro, o capitão Reece James é o único sobrevivente daquele time que venceu no Porto que está atualmente nos planos de Maresca.
O Chelsea chamou a atenção do mercado ao contratar, em pouco mais de seis meses, Enzo Fernandez e Moises Caicedo, em 2023, mas os dois meio-campistas ainda não se deram bem. Uma série de outras contratações de alto valor foram congeladas devido ao "estoque" de jogadores.
O Chelsea supostamente pagará cerca de £ 10 milhões (R$ 73,4 milhões) por Raheem Sterling — a primeira contratação da era Boehly-Eghbali — para ele jogar pelo Arsenal nesta temporada.
Durante os 19 anos de mandato de Abramovich, o Chelsea conquistou cinco títulos da Premier League e nunca passou duas temporadas seguidas sem troféus.
No entanto, o clube ainda não levantou um troféu sob o novo regime e terminou em 12º e sexto nas últimas duas campanhas da Premier League.
"O clube se tornou motivo de chacota dentro e fora de campo", disse o Chelsea Supporters' Trust em um comunicado divulgado no início deste ano.
Método na loucura?
Houve algumas histórias de sucesso do desembolso generoso do Chelsea que se concentrou principalmente em jovens talentos de todo o mundo.
A transferência de £ 40 milhões (R$ 293 milhões) de Cole Palmer do Manchester City agora parece uma pechincha depois que ele foi um dos jogadores de destaque da Premier League na temporada passada, com Noni Madueke também impressionando.
E o clube diz que cortou o salário médio do elenco com o incentivo a contratos longos, vinculados ao desempenho.
O alarde das transferências do Chelsea se destacou ainda mais porque outros clubes da Premier League se tornaram mais cautelosos no mercado para atender às regulamentações financeiras.
Mas os Blues até agora conseguiram habilmente ficar dentro das regras, inclusive vendendo dois hotéis no local de Stamford Bridge para empresas sob o controle de Boehly e Clearlake.
Fonte: O GLOBO
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