Número de mortos pelos dois dias consecutivos de explosões de aparelhos de comunicação de membros do grupo xiita libanês Hezbollah subiu para 37

Danos após um dispositivo de rádio explodir dentro de uma casa em Baalbek, no leste do Líbano — Foto: AFP

Um médico relatou cenas horríveis depois que pagers explodiram em todo o Líbano. O número de mortos pelos dois dias consecutivos de explosões de aparelhos de comunicação de membros do grupo xiita libanês Hezbollah subiu para 37, segundo o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, nesta quinta-feira. Além disso, há 3.539 feridos. Dos mortos, 12 foram nas detonações de entre 3 mil a 4 mil pagers na terça-feira e os outros 25 na explosão de walkie-talkies na quarta.

Em entrevista à BBC, o médico no Líbano Elias Warrak descreveu as consequências dos bombardeios de terça-feira como "o pior dia de [sua] vida como médico". Pelo menos 60% das pessoas que ele viu perderam pelo menos um olho, disse ele, com muitas também perdendo um dedo ou uma mão inteira.

– Acredito que o número de vítimas e o tipo de dano que foi causado são enormes. Infelizmente, o dano não se limita aos olhos – alguns deles têm danos no cérebro, além de qualquer dano facial.

A organização político-militar, assim como autoridades dos EUA e de outros países, apontaram Israel como responsável pelas ações, as mais recentes em uma série de troca de hostilidades entre os dois lados desde 8 de outubro, um dia após os ataques do grupo terrorista Hamas no sul israelense que desencadearam a guerra em Gaza.

O Exército israelense não respondeu a pedidos do jornal americano New York Times para comentar as explosões, mas o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, disse em uma declaração em vídeo nesta quarta-feira que Israel estava "no início de um novo período nesta guerra".

Sem mencionar os ataques no Líbano, que elevaram os temores de que o conflito possa escalar para uma guerra total, Gallant disse que o "centro da gravidade" dos esforços militares israelenses "se movia para o norte" à medida que o país desviava "forças, recursos e energia em direção à ameaça apresentada pelo Hezbollah".


Fonte: O GLOBO