Ricardo Martins e Ana Carolina Martins, CEO e CFO da Natural Energia — Foto: Divulgação

Depois de anos lidando com clientes como Vale, Eneva e Engie, para os quais desenvolve grandes projetos de geração de energia renovável, a carioca Natural Energia está entrando no “varejo” da transição energética. A empresa acaba de lançar a Natural Recharge, uma solução de carregamento elétrico para condomínios e casas.

O Brasil já soma 300 mil carros elétricos em circulação e isso começa a gerar problemas para condomínios, que muitas vezes fazem as contas no papel para distribuir o custo do consumo de energia das duas ou três unidades que carregam os carros na garagem — quando a conta não é socializada entre todos os moradores.

A solução da Recharge faz a implementação e gestão do serviço para os condomínios — seja residencial ou comercial — com um sistema que registra automaticamente o consumo de energia de cada automóvel ou unidade. A empresa chega para competir com startups como Power2Go, InCharge e outros que também oferecem soluções de cobrança individualizada.

O equipamento pode ser alugado ou comprado. Nos dois casos, é cobrado uma tarifa pelo serviço de gestão de cobrança, controle e manutenção dos carregadores, em torno de R$ 5,99 por dia. Normalmente, os condomínios repassam esse custo para a tarifa de energia das unidades que utilizam o carregador.

— Já avançamos bastante em eólico e solar e acreditamos que a transição energética para uma economia de baixo carbono vai se dar pelo transporte — diz Ana Carolina Martins, que é CFO da empresa fundada e comandada pelo pai, Ricardo Salgado Martins.

— Existe um gap na oferta de infraestrutura de carregamento e acreditamos na tese de que ela não vai se dar nos postos de combustível nas estradas. As pessoas vão carregar principalmente em casa ou no escritório, compartilhando a infraestrutura — completa.

A Natural Recharge nasce como uma investida da Natural Capital, uma gestora criada no ano passado pela Natural Energia e que captou R$ 20 milhões para desenvolver projetos na área de energia renovável.

O software que permite individualizar a cobrança foi desenvolvido no Brasil, enquanto o carregador é importado da China.


Fonte: O GLOBO