Apelido a acompanhou durante sua trajetória na vida pública, que teve início com concurso no Garantido, passo por reality show de beleza e se firmou nas redes sociais.
Peça central de um caso que envolve morte, drogas e ritos religiosos, Djidja Cardoso nem sempre foi chamada pela alcunha que a fez ficar conhecida no Festival de Parintins. O nome artístico era um apelido carinhoso dado pela família à Dilemar Cardoso, nome verdadeiro da ex-sinhazinha do Boi Garantido.
Djidja foi encontrada morta no último dia 28, em Manaus, com sinais de overdose de cetamina, substância anestésica que causa efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e tem potencial sedativo quando usado como droga recreativa.
Muito antes do desfecho trágico, o apelido a acompanhou durante sua trajetória na vida pública, que teve início com a vitória de um concurso dentro do Boi Garantido, passou pela conquista de um reality show de beleza e se firmou, nos últimos anos, dentro das redes sociais.
Djidja Cardoso tinha 32 anos e nasceu em Parintins, interior do Amazonas. Entre 2016 e 2020, encantou os torcedores do Garantido ao representar a sinhazinha da fazenda, personagem filha do dono da fazenda, que representa a história branca dentro do auto do boi no Festival Folclórico de Parintins.
O início dentro da festa do boi bumbá remete a 2015, quando venceu um concurso promovido pelo Boi Garantido para escolher a nova sinhazinha da fazenda. Em relatos feitos nas redes sociais, Djidja conta que já havia participado de um concurso anterior e perdido. Desmotivada, revelou que foi uma amiga, a ex-BBB Isabelle Nogueira, quem a incentivou a tentar de novo. Desta vez, deu certo.
“Ela disse: ‘Bora, amiga, bora participar do concurso.’ Ela mandava muitas mensagens dizendo que o não eu já tinha, que eu tinha que correr atrás do sim.”
Vitória em reality
Em 2021, um ano após se despedir da personagem sinhazinha da fazenda, Djidja Cardoso participou de um reality show de uma emissora local para escolher a musa de uma competição de futebol.
No programa, Djidja ficou confinada em um barco com outras candidatas, onde precisou realizar provas e ganhar a preferência do público. Ela conquistou o primeiro lugar e levou um prêmio de R$ 30 mil para casa.
O concurso, tradicional no Amazonas, também foi vencido por Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, em 1984. Cleusimar está presa apontada como uma das líderes do grupo religioso que incentivava o uso de cetamina para alcançar outro plano espiritual.
Em 2021, Djidja venceu tradicional concurso de beleza no Amazonas. — Foto: Phill Lima
Influenciadora e empresária
No mesmo ano, embalada pela exposição na mídia, Djidja tornou-se influenciadora digital. Nas redes sociais, ela compartilhava a rotina de treinos na academia e dicas de beleza para seus mais de 60 mil seguidores.
Em paralelo, passou a gerenciar uma rede de salões de beleza ao lado da mãe e do irmão, Ademar Cardoso, também preso por envolvimento na morte da irmã.
Djidja, a mãe Cleusimar Cardoso e o irmão, Ademar Cardoso. — Foto: Arquivo Pessoal
A rede de salões de beleza da família Cardoso conta com três unidades em
Manaus e uma em Parintins. Djidja atuava na capital e usava as redes sociais para divulgar o empreendimento.
Os estabelecimentos em Manaus foram alvo de busca e apreensão na última semana. Durante as ações nos locais, a polícia apreendeu ampolas de cetamina, seringas, agulhas, além de computadores, celulares e documentos.
Amor por cobras
Em fevereiro deste ano, Djidja compartilhou com os seguidores que batalhava contra a depressão. Durante o período, desenvolveu uma paixão por cobras, chegando a adotar cinco répteis. O convívio com os animais era tido por ela como um "tratamento" contra a doença.
Nas redes sociais, Djidja postava fotos e vídeos com os animais. Em uma das publicações, ela explicou que quando estava ansiosa ou com algum problema, bastava tocar nas serpentes.
Djidja e sua jibóia de estimação. — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal
Fonte: G1
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