Presidente do PL de Angra dos Reis pediu a expulsão de duas deputadas que foram a lançamento de pré-candidato do MDB

Uma diretriz da presidência nacional do PL proibindo que membros do partido apoiem candidatos de outras coligações nas eleições municipais desencadeou um racha no PL no Rio que tende a se repetir pelo país, à medida que as coligações locais se definam.

A ordem de Valdemar da Costa Neto foi emitida no último dia 8 e já levou ao pedido de expulsão de duas deputadas que subiram em palanques e gravaram vídeos para o pré-candidato do MDB em Angra dos Reis.

Na circular distribuída a todos os diretórios, Valdemar afirma que membros do PL estão gravando vídeos de apoio a políticos de outros partidos e diz que "estará sujeito a instauração de procedimento ético disciplinar detentor de mandato eletivo que apoiar, clara ou veladamente, candidato de outro partido em eleição em que o Partido Liberal tenha candidato".

Foi o caso de Angra, onde nesta sexta (17), o presidente do PL local, Valmir Servolo, pediu ao conselho de ética a instalação de um processo disciplinar e a expulsão da deputada federal Soraya Santos e da deputada estadual Célia Jordão.

Na noite anterior, as duas estiveram no palanque do lançamento da pré-candidatura de Claudio Ferretti, do MDB, escolhido pelo atual prefeito, Fernando Jordão (PL), para disputar a sua sucessão. Jordão é marido de Célia. Já Soraya Santos tem em Angra sua base eleitoral.

Vídeos do evento que estão circulando nas redes bolsonaristas mostram um discurso em que Célia Jordão diz que Ferretti é "aquele homem que calça a botina e vai para a lama" e puxa um coro com a música "Poeira", de Ivete Sangalo: "Ferretti levantou poeira."

O pré-candidato do PL na cidade é o empresário bolsonarista Renato Araújo, que é amigo do ex-presidente e atuou na reforma da casa de praia de Jair Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba, que fica em Angra dos Reis.

No pedido de expulsão, o presidente do PL de Angra diz que a conduta das deputadas "é totalmente incompatível com os princípios do partido", além de ferir "os princípios éticos e a integridade do Partido Liberal, causando danos irreparáveis à imagem e à confiança que o eleitorado deposita em nossa legenda".

Procurada, Célia Jordão disse que desconhecia o pedido de expulsão, afirmou que tanto ela quanto o marido vão continuar trabalhando pelo fortalecimento do PL e pelo apoio a Ferretti, já que as convenções partidárias ainda não ocorreram. "Como liderança feminina do PL defender tal alinhamento por compreender ser o melhor caminho."

A deputada federal Soraya Santos não respondeu às mensagens sobre o episódio. O espaço está aberto para manifestação.


Fonte: O GLOBO