Leilão será realizado nesta sexta, na B3, e valor mínimo de venda das ações é de R$ 779 milhões
Na primeira privatização do governo de Tarcísio de Freitas, serão oferecidas ao mercado 14,7 milhões de ações da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), nesta sexta-feira, na B3, em São Paulo. Trata-se da última estatal de energia paulista, e o modelo de privatização adotado é semelhante ao que está sendo proposto para a Sabesp, com venda de ações ao mercado.
Por isso, a operação está sendo considerada uma prévia do que pode acontecer com a empresa de saneamento paulista, quando as ações que estão nas mãos do governo paulista forem ofertadas ao mercado, entre junho e julho.
Entregaram propostas a francesa EDF, a Matrix Energy e o Fundo Phoenix. O vencedor do certame será o consórcio que apresentar o maior valor por ação ofertada acima do preço mínimo definido pelo edital, de R$ 52,85.
Sem ágio, o valor de referência da privatização é de R$ 779,815 milhões. Mas a expectativa é que as interessadas façam lances acima do valor mínimo. O governo paulista detém mais de 97% das ações ordinárias (EMAE3) da estatal. Já a Eletrobras é detentora de cerca de 64% das ações preferenciais (EMAE4) da companhia.
Além das 14,7 milhões de ações que pertencem ao governo, outras 350 mil estão na mãos do Metrô de São paulo.
—Temos uma boa expectativa de disputa e esperamos até que o leilão vá para o viva-voz — disse ao GLOBO o secretário de Parcerias em Investimentos do estado, Rafael Benini.
Os envelopes entregues pelas interessadas nas ações da Emae serão abertos na tarde desta sexta-feira, a partir de 15h. Caso existam propostas com valores iguais ou até 20% inferiores ao da maior proposta, haverá disputa no viva-voz. As empresas interessadas tiveram que apresentar garantias financeiras de 1% do valor total estipulado para a alienação das ações.
Os empregados da Emae poderão comprar 10% da companhia, o equivalente a 3,6 milhões de ações ao preço mínimo por ativo, segundo ficou definido pelo edital.
Cinco Usinas
A Emae é uma estatal de energia com cinco usinas, instaladas na região metropolitina de São paulo, Baixada Santista e região do médio Tietê, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada. A maior parte desses MW vem da usina hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, no litoral de São Paulo, com 889 MW.
A Emae tem uma termelétrica de 472 MW arrendada para a Baixada Santista Energia (BSE), subsidiária da Petrobras. A Emae obteve receita líquida de R$ 603,3 milhões em 2023 e teve lucro de R$ 150,5 milhões.
A venda das ações da Emae estava prevista desde os anos 1990, concretizando a saída do governo de São Paulo do setor de energia.
Fonte: O GLOBO
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