Polícia Militar informou que o envio do Batalhão de Choque aconteceu como forma de dar apoio aos policiais que já atuam no município, após as depredações acontecerem.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi enviado para a cidade de Manicoré, no interior do Amazonas, após a morte de um recém-nascido no hospital do município causar revolta entre moradores, nesta quinta-feira (7). A casa do prefeito e a unidade de saúde da cidade foram depredadas.
O recém-nascido sofreu complicações no Hospital Regional Dr. Hamilton Maia Cidade, em Manicoré, no interior do Amazonas. Ele morreu enquanto era transferido para Manaus por uma UTI aérea de emergência, segundo a Secretaria de Saúde da cidade.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o envio do Batalhão de Choque aconteceu como forma de dar apoio aos policiais que já atuam no município, após as depredações acontecerem.
Manifestação de moradores em frente à casa do prefeito. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Além do reforço do policiamento militar, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que será instaurado um Inquérito Policial para apurar se houve negligência por parte do médico responsável pelo parto do recém-nascido.
O caso
De acordo com a polícia, após o sepultamento do recém-nascido na segunda-feira (4), manifestantes foram para frente da casa do prefeito e um familiar bateu com o carro no portão do imóvel. Em seguida, as pessoas que participavam do ato entraram na residência de Lúcio e danificaram a estrutura e alguns objetos. O gestor não estava no local.
Em imagens de seguranças feitas dentro do hospital de Manicoré, é possível ver vidros quebrados e portas arrancadas.
Em nota, a Prefeitura do município lamentou a morte do bebê e informou que os responsáveis pelas ações de vandalismo serão identificados e responderão na justiça pelos atos.
Todos os envolvidos tanto do caso do recém-nascido quanto da depredação, segundo a polícia, serão chamados para prestarem esclarecimentos à polícia e encaminhados à Justiça
Familiares relatam ausência do exame de corpo de delito
Em entrevista ao g1, a avó da criança, Raimunda Beleza, contou que após a morte da criança não foi realizado exame de corpo de delito no recém-nascido.
“O bebê morreu dentro do avião e quando pousaram em Manaus, ninguém fez o exame no meu neto. Os médicos disseram para minha filha que não iriam fazer o procedimento, porque eles não tinham responsabilidade sobre a morte, já que aconteceu aqui [Manicoré]”, disse Raimunda.
Sem exame de corpo de delito, segundo relatos da avó, a criança foi levada direto pela funerária para realizar o sepultamento.
A avó também afirmou que o nascimento do neto foi feito de forma forçada, já que a filha, conforme relato, não poderia fazer parto normal.
“Foi erro do médico lá no hospital, porque ele não sabia que minha filha não podia ter normal. Então ele ficou dizendo que ela faria parto normal. O menino nasceu desacordado, aí depois reanimaram de novo ele”, explicou.
Perguntada sobre o avião fretado, a avó respondeu ao g1 que foi necessário, junto ao seu marido, fazer um empréstimo de R$ 13 mil, já que, de acordo com ela, a família não recebeu apoio do poder público.
Raimunda Beleza também afirmou que pretende, em breve, solicitar a exumação do corpo do recém-nascido, uma vez que não houve realização do exame.
“A gente vai pedir sim. Isso é um direito nosso. Até agora não sabemos o motivo dele ter morrido. Então vamos procurar um perito para saber a causa”, disse.
Fonte: G1
0 Comentários