Não foi só a venda do prédio mais caro do Brasil — o mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo começou 2024 aquecido para além daquele cheque de R$ 1,5 bilhão. O volume de locações na cidade cresceu 6% até agora no ano, na comparação com o mesmo período de 2023, segundo levantamento prévio para o primeiro trimestre da consultoria Newmark.

O crescimento considera a evolução da chamada “absorção bruta”, que é a área dos novos contratos acrescida do espaço de contratos antigos que foram renovados. Este ano, o volume soma cerca de 100 mil metros quadrados, segundo o levantamento da Newmark, ou mais de 12 campos de futebol.

Por ser um levantamento prédio, a consultoria ainda não fechou o cálculo da absorção líquida no trimestre — ou seja, ainda não descontou do número as áreas devolvidas pelos locatários.

Vorazes

Mas outro dado também aponta para aquecimento: a área média dos contratos é 43% superior que a do mesmo período de um ano atrás. A dinâmica atesta que, a despeito do fenômeno do home office e do escritório híbrido, as empresas estão vorazes por lajes cada vez maiores.

— O que tem chamado a atenção é o volume das transações. A área média das novas locações e renovações aumentou de 1.525 metros quadrados, em 2023, para 2.177 metros agora — explica Mariana Hanania, diretora de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark.

As principais transações ocorreram nas regiões de Vila Olímpia, Itaim e Pinheiros, com 69% do volume sendo puxados pelo setor de serviços, sobretudo nos segmentos de investimentos e seguros.

O levantamento não informa quais empresas estão por trás das transações, mas fontes de mercado ouvidas pela coluna citam pelo menos duas locações entre as mais relevantes do ano até agora em São Paulo: a Stone alugou um espaço substancial no edifício White, em Pinheiros, e a Link School of Business locou um prédio inteiro no Itaim Bibi.


Fonte: O GLOBO