Samba da escola conta a história do rap no Brasil; desfile tinha ala sobre violência policial

O Sindicato de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo emitiu, nesta segunda-feira, uma nota em repúdio ao desfile da Vai-Vai. O texto afirma que a escola de samba tratou com escárnio a "figura de agentes da lei".

Com o samba “Capítulo 4, Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip-Hop: Um Manifesto Paulistano”, a Vai-Vai misturou o samba ao rap para contar a história do gênero musical e fez uma apresentação repleta de críticas sociais, com uma das alas do desfile fazendo referência à violência policial.

De acordo com a nota, as alegorias da ala Sobrevivendo no Inferno "demonizaram a polícia", com chifres e itens que remetem a figura do demônio. "O Sindpesp aguarda que a Vai-Vai, num momento de lucidez e de reflexão, reconheça que exagerou e incorreu em erro na ala em questão, e se retrate, publicamente", diz ainda a nota.

O carro abre-alas destacou a estação São Bento da Linha 1 (Azul) do Metrô, onde ocorrem batalhas de rima, enquanto o segundo carro caprichou no brilho e no luxo fazendo alusão ao filme Beat Street, que aborda a cultura do hip hop no Bronx da década de 1980.

Outro destaque foi uma estátua do Borba Gato pichado, fazendo referência a escultura do bandeirante proprietário de escravos que fica na Zona Sul de São Paulo e foi incendiada em 2021, durante um protesto. Foi ainda um desfile repleto de personalidades, como os artistas Mano Brown, Gloria Groove, Rappin’ Hood, Negra Li e o ministro dos Direitos Humanos Sílvio de Almeida.


Fonte: O GLOBO