Jogador se submeteu a exame surpresa no CT do Flamengo mas teve uma série de comportamentos inadequados e por isso foi denunciado; ele pode pegar até quatro anos de suspensão

O julgamento de Gabigol por fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle antidopagem já tem data marcada: 18 de março. O atacante do Flamengo foi denunciado pela procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD) que cita uma série de comportamentos considerados inadequados do jogador no momento em que passou por teste surpresa. Ele pode pegar até quatro anos de suspensão. O julgamento será online e o Flamengo terá o auxílio de um escritório especialista em antidopagem.

Consta no processo que Gabigol tentou esconder a genitália na hora de urinar no pote e foi agressivo com os oficiais responsáveis pelo exame. Ao urinar "escondido", sem permitir que o fiscal visualizasse a urina saindo do seu pênis, Gabigol deu brecha para ser denunciado por tentativa de fraudar o antidoping.

A peça de acusação considera ainda que Gabigol tentou deliberadamente impedir o controle e atrasou as coletas de sangue e urina. O atleta se recusou a tirar sangue antes do treino.

Além disso, o atleta não pode sumir ou sair da vista dos oficiais de controle. Isso para evitar situações que facilitem a adulteração do resultado.

O teste surpresa foi realizado dia 8 de abril, no CT do clube. Outros atletas também se submeteram aos exames e estavam posicionados na estação de coleta, logo cedo, quando os oficiais de coleta chegaram no local. Todos concordaram em fazer antes do treino, menos Gabigol.

Existe uma série de protocolos obrigatórios na coleta de amostras e análises. As considerações legais devem ser rigorosamente seguidas para garantir força jurídica, certeza científica e para apoiar o reconhecimento mútuo e o compartilhamento de dados entre organizações.

A denúncia contra Gabigol, portanto, é padrão. O caso dele se enquadra no artigo 122 do Código Antidopagem, da Agência Mundial Antidopagem. Agora, cabe ao jogador comprovar que não houve tentativa ou mesmo uma fraude no teste antidoping.

Quando o caso se tornou público, em dezembro de 2023, o jogador alegou que o exame deu negativo e negou erro de procedimento. Explicou que só realizou a coleta de sangue duas horas após o treino porque é o protocoloco (é preciso fazer a coleta após duas horas de exercício físico).


Fonte: O GLOBO