Clube fez reposições e rearranjos acreditando que nomes que já conhecem a filosofia de Xerém darão sequência ao trabalho de sucesso

Após perder alguns profissionais do corpo técnico de sua base para o Bahia no início deste ano, o Fluminense fez reposições e rearranjos na coordenação das categorias em Xerém. Sem precisar contratar quase ninguém de fora, o clube entende que o sucesso de seu trabalho formador se deve ao conjunto de ideias que compõem sua filosofia, e não a pessoas específicas. Dessa forma, não teve dificuldades para cobrir todas as saídas, com todos já exercendo as devidas funções e permitindo um começo de temporada sem prejuízos.

Dois dos principais nomes que deixaram o tricolor foram Guilherme Torres, coordenador metodológico, e Pedro Miranda, coordenador da análise de desempenho. Comandado pelo Grupo City, o clube baiano também foi atrás de outros profissionais que já tiveram passagens pelo Flu. A ideia é investir pesado para desenvolver uma estrutura própria e, nisso, o trabalho feito no clube carioca é tratado como referência no futebol brasileiro.

Inclusive, Torres trabalhava em Xerém desde 2017 e era um dos responsáveis pela elaboração do chamado "DNA tricolor", cartilha de um processo que ajudou a formar ótimas gerações nos últimos anos.

Agora, a coordenação metodológica passou para as mãos de Marcos Jorand, que exercia a função de supervisor técnico do sub-14 e do sub-15. Com 30 anos de clube, ele se torna o responsável pela evolução e aplicação do projeto metodológico do clube, a fim de ajudar na integração do futebol tricolor desde o futsal.

Já a análise de desempenho fica sob o comando de Rodrigo Pinheiro, que está há quase cinco anos no Fluminense. Por sua vez, o coordenador técnico Marcelo Veiga, com experiências do sub-9 ao sub-16, monitorará o sub-17, e coordenará a transição dos garotos para o futebol profissional.

Ontem, foi anunciado o único nome externo a chegar em Xerém: Ricardo Henriques veio do Vasco — mas é formado no Flu e acumula passagens anteriores — para assumir o posto coordenador de preparação física.

— O projeto desenvolvido pelo clube nas categorias de base nasce de um conjunto de ideias, fruto de uma construção coletiva. Então, vem de longa data e está enraizado na instituição — disse Antônio Garcia, diretor executivo de futebol de base do Fluminense.

Caio Couto, treinador do sub-20 do Fluminense — Foto: Leonardo Brasil/Fluminense FC

Para manter a qualidade do trabalho, uma das principais mudanças feitas pelo Fluminense foi no sub-20, que passará a ter o elenco disposto em dois grupos: A e B. Sob o comando do treinador Caio Couto, o clube procura dar foco especial a cada uma das três gerações — 18, 19 e 20 anos —, para lidar mais facilmente com o calendário de jogos.

Aílton Ferraz segue na coordenação técnica, mas agora concentrado exclusivamente no sub-20 — que conta com equipe reforçada — e na fase final do futebol de base.

Em 2023, o Fluminense alcançou seu recorde de conquistas na base em sua história, com 24 troféus conquistados em todas as categorias. Nove das dez equipes contribuíram com títulos. Em especial, o sub-15, que faturou cinco deles. No profissional, atletas como John Kennedy, Alexsander e Marcelo, moleques de Xerém de gerações distintas, ajudaram o clube a levar a Libertadores e o Carioca.


Fonte: O GLOBO