Além da capital mineira, Marina e Heloísa protagonizam embates em outras capitais. O principal ocorre em Recife, onde o deputado federal Túlio Gâdelha manifestou o desejo de concorrer à prefeitura. O parlamentar tem o apoio de Marina. Já Heloísa tende a apoiar o nome indicado pelo PSOL — com quem a Rede compõe federação —, a deputada estadual Dani Portela. Em Natal, o apoio de Marina a Natália Bonavides (PT) tem gerado desconforto, já que o PSOL ainda não descartou a possibilidade de lançar um nome próprio, o que é avaliado como a melhor opção pela ex-senadora.
O novo atrito entre as ex-aliadas se tornou público no último sábado, quando o grupo de Heloísa Helena lançou o nome de Lamac. Já na segunda-feira passada, a ministra confirmou que estará na capital mineira no próximo dia 24 para fazer um anúncio semelhante, mas em cima do nome de Ana Paula Siqueira.
O lançamento do nome de Lamac vinha sendo costurado pelo grupo de Heloísa desde julho de 2023, quando os aliados de Marina ainda defendiam a possibilidade de o partido participar de uma frente ampla da esquerda na capital mineira. A pré-candidatura de Ana Paula começou a ser ventilada no final do ano passado. A deputada confirmou sua intenção de disputar o pleito em uma postagem nas redes sociais na última segunda-feira. Na mesma publicação, a parlamentar anunciou o evento de lançamento de seu nome.
— Minha candidatura é para construir novos caminhos para Belo Horizonte. Eu conheço as dores da periferia porque eu nasci lá, cresci lá e vivo lá. Fiz várias conversas com Alexandre Kalil, Patrus Ananias e Márcio Lacerda (ex-prefeitos) sobre a gestão da cidade e sobre como nós paramos no tempo. Desde que Fuad Noman assumiu, vemos Belo Horizonte perdendo seu protagonismo — disse a deputada.
Impasse na federação
Aliado de Marina Silva, o coordenador nacional de Organização da Rede, Giovanni Mockus, avalia que a existência das duas pré-candidaturas não teria relação com qualquer rixa interna:
— É democrático que qualquer filiado postule candidaturas. A Rede defende a autonomia interna das instâncias e as eleições municipais ainda não foram discutidas pelo diretório. Vejo os lançamentos como um processo normal e totalmente legítimo. O partido terá ferramentas internas para decidir quem disputará.
Além da disputa interna entre os candidatos, a Rede ainda terá de enfrentar um terceiro impasse associado à federação com o PSOL. O partido aliado havia lançado anteriormente o nome da deputada estadual Bella Gonçalves para prefeita e tem defendido publicamente a necessidade de ter uma candidatura própria em BH.
Segundo a legislação eleitoral, Rede e PSOL terão de escolher até agosto apenas um dos três nomes para ir às urnas representando a federação.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários