Elétricos são mais sustentáveis e apresentam menor custo por quilômetro rodado, mas ainda são mais caros do que automóveis tradicionais

A venda de carros elétricos quase dobrou no ano passado, com um crescimento de 91% em relação a 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Foram 93.927 emplacamentos ao todo, um número que deve continuar crescendo. Os dados incluem os modelos 100% movidos a bateria e os híbridos, incluindo os chamados híbridos plug-in.

Mas qual a diferença entre eles? Que combustíveis são compatíveis com o motor? Precisa carregar o automóvel na tomada? Tire suas dúvidas com as perguntas e respostas abaixo.

O que são carros elétricos?

Como o próprio nome diz, os carros elétricos são movidos a energia elétrica ao invés de combustíveis tradicionais.

O automóvel convencional tem um motor que queima o combustível líquido e o transforma em energia para mover as rodas e fazer o carro andar.

Já o carro elétrico tem uma bateria que armazena eletricidade e, quando acionada, faz o veículo sair do lugar.

Quais são os tipos de carros elétricos?

Existem dois tipos de carros elétricos: os totalmente elétricos, movidos a bateria e que a utilizam como a única fonte de energia; e os híbridos, que podem ser abastecidos tanto com energia elétrica quanto com combustíveis convencionais.

E são dois tipos de híbridos: os híbridos plug-in e os que não são plug-in.

Carros híbridos plug-in

Os híbridos plug-in contam com dois motores e podem ser movidos tanto a energia elétrica quanto a combustíveis. Normalmente, os motoristas abastecem a bateria do carro em postos de carregamento elétrico e, quando a carga acaba, o motor a combustão é acionado. Também é possível optar pela fonte de energia de preferência enquanto se dirige.

Carros híbridos

Os híbridos não plug-in não precisam ser conectados a uma tomada elétrica para serem recarregados. São capazes de fazer isso com o movimento interno do seu próprio motor, que aproveita a energia gerada nas frenagens para se locomover.

Normalmente, esses carros começam no modo elétrico de 0 a 30 km/h para acelerar rápido e depois entram no modo a combustão para alcançar velocidades mais altas.

Prós e contras

Velocidade

Apesar de o carro elétrico acelerar mais rápido do que o carro convencional, o motor a combustão é capaz de alcançar velocidades mais altas. Para se ter uma ideia, um carro a combustão pode chegar a 180 km/h ou 300 km/h, dependendo do modelo, enquanto um elétrico dificilmente ultrapassa 150 km/h, explica Davi Bertoncello, diretor da ABVE e CEO da Tupinambá Energia.

— Um carro com combustão primeiro queima a gasolina para depois transformar isso em energia, enquanto o carro elétrico já começa a partir da energia elétrica, o que faz com que ele pegue velocidade em menos tempo. Mas o carro a combustão tem uma capacidade maior, enquanto um elétrico dificilmente vai a mais de 150 km/h. Então, para um motorista que vai fazer uma viagem longa e quer uma agressividade maior, o modelo convencional pode ser mais vantajoso — ele exemplifica.

Preço

Embora o preço inicial dos carros híbridos e elétricos possa ser maior no mercado do que os automóveis tradicionais, que contam com mais modelos populares, o custo por quilômetro rodado de um carro elétrico pode ser até 70% menor do que o de um carro a combustão, afirma Bertoncello.

Além disso, carros elétricos podem estar isentos de impostos e ser liberados de rodízios em algumas regiões. Sua manutenção também tende a ser mais barata por apresentarem menos peças em sua composição.

Sustentabilidade

Os carros elétricos poluem menos do que os carros a combustão, que emitem gases de efeito estufa a partir da queima de combustíveis.

No entanto, os elétricos não são 100% sustentáveis, e a extração de metais como lítio, cobalto e níquel, que são usados na composição das baterias, tem um significativo impacto ambiental.

Autonomia

Assim como o carro tradicional precisa ser abastecido com combustíveis, o carro 100% elétrico precisa de energia elétrica para funcionar. O abastecimento pode ser feito nos postos de carregamento, mas essas estações não são encontradas facilmente.

Esse é um dos gargalos para o avanço desse tipo de veículo.

Os carros elétricos também vêm com um carregador portátil que pode “encher o tanque” do veículo entre seis horas a 20 horas, dependendo do modelo.

Segundo Bertoncello, a autonomia dos carros tende a variar entre 300 km e 600 km, o que em caso de longas viagens, pode ser problema, pela falta de disponibilidade de postos de carregamento ao longo da estrada.


Fonte: O GLOBO