Técnico desenvolveu assinatura clara nos trabalhos vitoriosos por Flamengo e São Paulo, que o ajudaram a chegar na Amarelinha
O termo “feijão com arroz” pautou erroneamente muitas das discussões sobre o trabalho de Dorival Júnior, que será apresentado amanhã como novo técnico da seleção brasileira. Os ótimos resultados do treinador no futebol do país o credenciam ao cargo tanto quanto a assinatura que deixou neles. Um estilo de jogo que tem tudo para favorecer a geração atual de “selecionáveis”.
Diferente do agora ex-técnico interino Fernando Diniz, de abordagem mais disruptiva, Dorival traz uma proposta de provável assimilação mais rápida, mas que também exigirá bastante de seus atletas. No São Paulo campeão da Copa do Brasil na temporada passada, o profissional de 61 anos se mostrou um entusiasta de meio-campistas completos, capazes de fazer igualmente funções de ataque e defesa.
O trio Pablo Maia, Alisson e Rodrigo Nestor (complementados por Rato), praticamente intocável na reta final, é um exemplo prático disso.
Dorival orienta o time do São Paulo — Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC
Na seleção, além de ter a oportunidade de dar a atletas como eles, de sua confiança, chances com a Amarelinha, serão fartas as opções de meias multifunções, como Bruno Guimarães, André e Douglas Luiz. Nesse cenário, caberá a ele debater internamente por um possível retorno de Lucas Paquetá, que não é convocado desde a investigação por suposto envolvimento com apostas no futebol inglês. Os dois trabalharam juntos no Flamengo em 2018 e têm boa relação. O atleta do West Ham é um dos maiores expoentes destes meias completos.
— Ele marca muito bem, arma muito bem e define como poucos no futebol brasileiro. Se aproxima de um jogador que foi destaque na Copa, o De Bruyne ou do próprio Modric. Eles se assemelham pela mobilidade, participação defensiva e ofensiva. É um jogador com todas as valências muito equilibradas — elogiou Dorival em 2018.
Dorival orienta o time do São Paulo — Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC
Na seleção, além de ter a oportunidade de dar a atletas como eles, de sua confiança, chances com a Amarelinha, serão fartas as opções de meias multifunções, como Bruno Guimarães, André e Douglas Luiz. Nesse cenário, caberá a ele debater internamente por um possível retorno de Lucas Paquetá, que não é convocado desde a investigação por suposto envolvimento com apostas no futebol inglês. Os dois trabalharam juntos no Flamengo em 2018 e têm boa relação. O atleta do West Ham é um dos maiores expoentes destes meias completos.
— Ele marca muito bem, arma muito bem e define como poucos no futebol brasileiro. Se aproxima de um jogador que foi destaque na Copa, o De Bruyne ou do próprio Modric. Eles se assemelham pela mobilidade, participação defensiva e ofensiva. É um jogador com todas as valências muito equilibradas — elogiou Dorival em 2018.
Dorival e Lucas Paquetá no Flamengo, em 2018 — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Em 2022, o trabalho que terminou com os títulos de Libertadores e Copa do Brasil no Flamengo também o colocou mais perto de parte dos selecionáveis brasileiros, como o meia Gerson, o atacante Pedro e o lateral Ayrton Lucas. Esse último reúne características importantes presentes nos seus últimos trabalhos: é um lateral rápido e ofensivo capaz de progredir e atacar em várias direções.
O São Paulo de Dorival marcava, trocava passes e se aproximava pelo meio. A partir dali, encontrava muitas vezes pelos lados, com muita amplitude, movimentação e inversões de jogo, as suas soluções ofensivas.
Tanto naquele quanto em outros trabalhos, o treinador também cobrava muito de seus atletas uma recuperação rápida pós-perda da bola. Em discurso que viralizou em 2022, ainda no Fla, antes de vitória sobre o Atlético-MG pela Copa do Brasil, cobrou essa postura e também exibiu mais um aspecto de seu jogo: a paciência.
— Nós temos 90 minutos para construir o resultado. Não é locura, é um jogo equilibrado. Mas não vamos deixar de ser agressivos.
— Nós temos 90 minutos para construir o resultado. Não é locura, é um jogo equilibrado. Mas não vamos deixar de ser agressivos.
Beraldo com Mbappé no PSG — Foto: FRANCK FIFE/AFP
Não será surpresa, por exemplo, se Beraldo, recém-transferido ao PSG, ganhar chances. Era um jogador importante na construção desde a defesa do São Paulo e tinha essa tranquilidade no tempo de jogo apreciada por Dorival.
No vestiário, há o perfil de proximidade que tende a agradar os atletas mais jovens, valorizados em seus trabalhos. Era algo que a CBF buscava na tentativa frustrada pelo italiano Carlo Ancelotti.
Fonte: O GLOBO
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