Expectativa para 2024 é que atividade cresça devido a melhora do crédito e também por investimentos em obras públicas em ano eleitoral

O dado da atividade da economia, o IBC-br, divulgado hoje pelo Banco Central, mostrou estagnação, com um alta marginal de 0,01%na comparação com o mês anterior, no entanto, acima das expectativas do mercado que esperava uma retração de 0,2%. O resultado reverte três quedas consecutivas, fruto de uma expansão dos setores de serviços (0,4%), da indústria (0,5%) e do varejo (0,1%) no mês de novembro. 

Na variação anual, o indicador subiu 2,2%. A perspectiva dos analistas é que a economia feche 2023 com um crescimento em torno de 3%. Para este ano, Luiz Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners espera uma alta de 2,1% para o PIB, acima dos 1,6% estimados pela média do mercado, segundo o último relatório Focus.

"Se em 2023 um dos grandes sustentadores da atividade pelo lado da demanda foi a renda das famílias, esperamos que em 2024 a atividade cresça, principalmente, devido à uma melhora no mercado de crédito. Além disso, outros fatores também nos parecem ser ventos favoráveis para atividade em 2024, como o pagamento antecipado do estoque de precatórios, a inflação mais baixa e estável, o menor endividamento das famílias, o mercado de trabalho sólido, as eleições municipais em um contexto de emendas parlamentares turbinadas (o que aumenta a possibilidade de gastos para sustentar as bases eleitorais) e o próprio Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dito isso, esperamos crescimento de 2,1% para o PIB de 2024", destaca Leal em seu relatório.

Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, destaca que, "de forma geral, a mensagem é de que a economia brasileira ainda é resiliente, mas parece perder força aos poucos, reforçando a ideia de um crescimento menor do que o potencial em 2024". Mercadante manteve a a projeção de 2,9% de variação do PIB para 2023, e de 1,5% para 2024.

Na avaliação do economista Claudio Considera, coordenador de Contas Nacionais do FGV Ibre, o crescimento da economia brasileira no quarto trimestre será positivo e o PIB anual pode ficar um pouco acima dos 3%.

- Não faço projeção, mas olhando o ritmo dos indicadores é o que me parece. A economia foi puxada pelo agropecuária, que cresce mais de 13%, a indústria extrativa mineral, como petróleo e minério, também indo bem, tanto que as nossas exportações estão bem. E serviços, muito por alimentação é fora da residência, alojamento, as pessoas passearam mais saíram, saíram mais de casa. Esses três grandes setores estão positivos - diz Considera que após num crescimento da construção em 2024, puxado pelas obras públicos em ano eleitoral.

Rodolfo Margato, economista do time de Macro da XP, acredita que atividade doméstica crescerá moderadamente no curto prazo. "Nossa projeção preliminar para o PIB do 1º trimestre de 2024 indica elevação de 0,4% ante o 4º trimestre de 2023 (1,8% em relação ao 1º trimestre de 2023). Projetamos que o PIB crescerá 1,5% em 2024, após expansão de 3,0% em 2023', destaca em seu relatório.


Fonte: O GLOBO