O caso do Botafogo é insano: Tiago Nunes tem cinco jogos, espalhados por 13 dias, para salvar uma temporada inteira. Leia em voz alta: cinco jogos em 13 dias
O futebol brasileiro deu um novo significado às datas Fifa, janelas no calendário em que a atividade dos clubes é interrompida para que as seleções nacionais se reúnam e se enfrentem. Aqui, esses períodos foram transformados pelos times em oportunidades para troca de treinador. É perfeito, afinal durante os poucos dias em que não há jogos pelo Campeonato Brasileiro, o novo técnico chega com “tempo para treinar”.
Os mais recentes a aderir a essa prática foram Botafogo e Cruzeiro, que habitam zonas opostas da tabela de classificação. Recentemente transformados em SAF e com dirigentes profissionais reconhecidos pelo mercado como bons gestores, os dois clubes apelaram aos métodos típicos da velha cartolagem: “chacoalhar o elenco” , criar um “fato novo” ou qualquer outro eufemismo que se use nessas situações.
O caso do Botafogo é insano: Tiago Nunes tem cinco jogos, espalhados por 13 dias, para salvar uma temporada inteira. Leia em voz alta: cinco jogos em 13 dias. A sequência começa em Fortaleza, passa por Rio e Curitiba e termina em Porto Alegre. Menos mal que o treinador chegou no meio de uma data Fifa, assim terá “tempo para treinar”.
O caso do Botafogo é insano: Tiago Nunes tem cinco jogos, espalhados por 13 dias, para salvar uma temporada inteira. Leia em voz alta: cinco jogos em 13 dias. A sequência começa em Fortaleza, passa por Rio e Curitiba e termina em Porto Alegre. Menos mal que o treinador chegou no meio de uma data Fifa, assim terá “tempo para treinar”.
O clube que contratou Bruno Lage e o demitiu após 15 partidas e depois “efetivou” Lucio Flavio para queimá-lo após sete jogos, é o mesmo que ofereceu a Tiago Nunes um contrato até dezembro de 2025. As evidências disponíveis só permitem a conclusão de que tal acordo não será cumprido. Os dirigentes que têm a missão de encerrar as seguidas trocas de comando do time são os mesmos que as iniciaram.
A situação do Cruzeiro também é insólita. Em 3 de setembro de 2018, Ronaldo assumiu o controle do Valladolid. Desde então, o clube está em seu terceiro treinador. Sergio Gonzalez, que dirigia o time quando o Fenômeno chegou, só foi cair após o final da temporada 2021, quando o Valladolid caiu para a segunda divisão da Espanha .
A situação do Cruzeiro também é insólita. Em 3 de setembro de 2018, Ronaldo assumiu o controle do Valladolid. Desde então, o clube está em seu terceiro treinador. Sergio Gonzalez, que dirigia o time quando o Fenômeno chegou, só foi cair após o final da temporada 2021, quando o Valladolid caiu para a segunda divisão da Espanha .
Seu sucessor, José Rojo, conhecido como “Pacheta”, durou dois anos (e 75 jogos). Paulo Pezzolano, o atual técnico do Valladolid, tem 27 partidas no time, mais do que os dois técnicos que treinaram o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. O português Pepa durou 25 partidas. Zé Ricardo caiu após apenas dez. Sobrou para Paulo Autuori, que havia afirmado publicamente que não seria mais técnico no Brasil, tentar evitar que o Cruzeiro volte para a Série B.
Outros clubes também aproveitaram datas Fifa para trocar de treinador ao longo deste Campeonato Brasileiro. O Flamengo anunciou Tite durante a janela internacional de outubro, o Atlético-MG fez o mesmo com Luiz Felipe Scolari e o Goiás com Armando Evangelista em junho (o clube acaba de demiti-lo, aliás).
Outros clubes também aproveitaram datas Fifa para trocar de treinador ao longo deste Campeonato Brasileiro. O Flamengo anunciou Tite durante a janela internacional de outubro, o Atlético-MG fez o mesmo com Luiz Felipe Scolari e o Goiás com Armando Evangelista em junho (o clube acaba de demiti-lo, aliás).
Os contextos, os orçamentos, as pressões e as ambições são muito diferentes em cada caso, mas a fórmula seguida é a mesma. Os clubes brasileiros, em regra, continuam insistindo numa fórmula que pega o pior de dois mundos: dá aos técnicos contratos longos, salários altos e multas rescisórias, além de poderes para demitir e contratar jogadores, para então se livrarem deles como se fossem as peças mais descartáveis da engrenagem, e por fim correrem atrás de soluções mágicas de última hora.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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