Paralisação de linhas do metrô e dos trens metropolitanos trouxe transtornos para os moradores da capital paulista na manhã desta terça-feira

Quem normalmente pegaria as linhas 1 (Azul) 2 (Verde) do Metrô em São Paulo para chegar ao trabalho, escola e outros compromissos teve que buscar alternativas nesta terça-feira (3).

Na saída da estação Paulista, da Linha 4 (Amarela), que está funcionando por ser operada pela iniciativa privada, formou-se uma espécie de fila antes das 6h de pessoas pedindo transporte por aplicativo a fim de chegar ao serviço, mas muitos reclamam de demora para encontrar motoristas e preços mais elevados que o normal.

A situação só normalizou por volta das 7h, quando as corridas por aplicativo voltaram aos patamares usuais.

Rotas alternativas

Os pontos de ônibus da Avenida Paulista próximos da Rua da Consolação ficaram lotados, assim como os ônibus que levam até as estações de metrô que hoje estão fechadas por conta da greve de 24h. Nas telas de celulares, muitos acessavam aplicativos de mapas e que trazem informações sobre transporte público para descobrir a melhor rota.

Pontos de ônibus em Itaquera ficaram lotados — Foto: Edilson Dantas

Guilherme Rege, 35, assistente administrativo, normalmente pegaria a Linha Azul para chegar até o trabalho. Ele saiu da estação da Luz, onde embarcou na Linha 4 (Amarela), mas não conseguiu transferir para outros ramais.

— Já sabia que ia estar parado, então desci aqui na Paulista e vou pegar ônibus. Geralmente, desceria na Santa Cruz, mas vou ter que pegar um ônibus até a Vila Mariana, que é a mais próxima que dá para ir assim. A a população é prejudicada por interesse de uma classe — disse enquanto aguardava no ponto na Avenida Paulista.

Wildenice Polizelo, 47, mora em Osasco, na região metropolitana, e trabalha em um hospital na Bela Vista. Ela pegou as linhas 9 (Esmeralda) e 4 (Amarela) para chegar até a estação Consolação, e de lá teve que usar um aplicativo. Normalmente, faria a transferência para a Linha 1 (Azul) para chegar ao serviço, mas o ramal estava fechado.

— Eu já sabia que ia estar fechado, porque da outra vez que teve greve também tive problema. Então desci aqui na Consolação e agora tem que pegar Uber. Mas ninguém quer aceitar — disse a mulher às 5h50 desta terça-feira. Ela disse ser contra a greve e afirma que "privatizar, para nós trabalhadores, seria melhor porque não teria essas paralisações".

Willians de Souza, encarregado de construção civil, teve que voltar para casa por conta da greve — Foto: Hyndara Freitas

Willians de Souza, 49 anos, que trabalha como encarregado da construção civil na Vila Madalena, saiu de Cotia de ônibus, foi até a estação São Paulo - Morumbi da Linha 4 (Amarela), e quando chegou à estação Paulista se viu sem opções para chegar ao trabalho.

ônibus ficaram lotados nesta terça-feira, em São Paulo, por causa da greve no metrô e na CPTM — Foto: Edilson Dantas

Ele conta que só tem o cartão TOP, que é custeado pela empresa. Esse cartão só passa no transporte sobre trilhos e nos ônibus da EMTU, que são intermunicipais.

— Eu liguei para a empresa e mandaram eu me virar. Eu só tenho esse cartão TOP, não tem nenhum ônibus que me leve até a Vila Madalena que passe ele. Então eu vou me virar voltando pra casa. Infelizmente, vou perder o dia de trabalho, né? Eu sabia da greve, foi comunicado, mas às vezes tem operação Paese, mas hoje não teve nada, ninguém para prestar apoio para a população. A gente fica refém dessa situação.

Primeira greve

A auxiliar de limpeza Raíssa Silva, de 35 anos, planejava usar a linha Vermelha para ir ao trabalho na Consolação, mas foi pega de surpresa quando chegou à Barra Funda e se deparou com o aviso de greve.

— Nao estava sabendo. Falei com o pessoal do trabalho e eles me indicaram uma rota de ônibus — conta ela, que deve chegar atrasada no serviço.

A maranhense diz que é a primeira vez que enfrenta uma paralisação em São Paulo.

— Você fica um pouco perdida, demora para se localizar, achar o ônibus— relata.

Funcionários do terminal Barra Funda disseram ao GLOBO que não há, por ora, uma situação caótica no transporte como em outras paralisações.

Segundo eles, que são abordados de minuto em minuto para orientar rotas aos passageiros, o ônibus mais procurado é o Terminal Parque Dom Pedro, que vai até a zona Leste. O embarque mais próximo é na avenida Francisco Matarazzo, onde os pontos de ônibus estavam mais lotados que o normal às 7h30min.


Fonte: O GLOBO