Paralisação deve frear indústria, ter reflexo sobre a cadeia produtiva e causar prejuízo de meio bilhão de dólares por semana em cada montadora. Movimento atinge Ford GM e Stellantis
Trabalhadores das montadoras Ford, GM e Stellantis iniciaram uma greve nesta sexta-feira após não chegarem a um acordo com as "três gigantes de Detroit" sobre reajustes de salários e melhoria de outros benefícios. Caso a paralisação se estenda pelas próximas semanas, o movimento pode ter reflexos na economia americana e causar prejuízos às montadoras.
Até agora cerca de 12 mil trabalhadores das três empresas aderiram à greve. De acordo com o Deutsche Bank, cada montadora teria seus ganhos impactados em até US$ 500 milhões por semana, caso a paralisação continue.
Se o movimento for ampliado e incluir os 146 mil funcionários das três companhias que são sindicalizados, os efeitos serão ainda maiores. Joe Brusuelas, economista da RSM, estima que isso colocaria em risco meio bilhão de dólares por dia.
De acordo com Michael Pearce, economista da Oxford Economics, uma paralisação assim por um mês reduziria a produção de automóveis nos EUA em um terço.
Isso poderia fazer com que as taxas mensais de montagem voltassem aos mínimos de dois anos atrás, quando a grave escassez de microchips e outros componentes sufocou a produção de Detroit (devido à pandemia).
O prejuízo seria aproximado aos efeitos da greve de 1998. Naquele ano, houve uma greve de cerca de 150 mil trabalhadores da GM por dois meses, considerada a maior já realizada nos EUA em um século.
Uma das consequências da greve são interrupções da cadeia produtiva. Em comunicado, a Associação Nacional de Fabricantes destaca que “os pequenos e médios fabricantes de todo o país sentirão o peso desta paralisação do trabalho, sejam eles sindicalizados ou não”.
Eles citam também a inflação que já impacta os americanos, destacando que a paralisação pode piorar o cenário.
Fonte: O GLOBO
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