As primeiras medidas judiciais solicitadas contra Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), já estão em cima da mesa. O Ministério Público solicitou que, como medida cautelar, seja imposta ao ex-presidente uma medida cautelar de permanecer a pelo metros 500 metros da jogadora Jenni Hermoso, a quem beijou à força durante a premiação da Copa do Mundo Feminina, em Sydney, na Austrália. Ao fim do depoimento do cartola na Audiência Nacional, nesta sexta-feira, o MP pediu também que ele seja obrigado a comparecer ao tribunal a cada 15 dias.
Luis Rubiales prestou depoimento nesta sexta-feira no principal tribunal criminal da Espanha, cujo esquema de segurança foi reforçado. O cartola chegou à Corte por volta de 11h15 (horário local, 6h15 em Brasília), 45 minutos antes do horário previsto para o início da oitiva.
Acompanhado de sua advogada Olga Tubau, Rubiales entrou no prédio sem responder perguntas dos jornalistas. O juiz do principal tribunal criminal da Espanha abriu uma investigação sobre Luis Rubiales, informou a Audiência Nacional, na semana passada. Francisco de Jorge admitiu a queixa apresentada pelos procuradores espanhóis sobre alegados “crimes de agressão sexual" e “coerção”. O magistrado agora deve analisar se aceita o pedido do MP e impõe medidas cautelares a Rubiales.
O magistrado também pediu à mídia que lhe enviasse imagens de diferentes ângulos do beijo de Rubiales, bem como das comemorações das jogadoras espanholas no vestiário e no ônibus da seleção após a conquista da Copa do Mundo, no dia 20 de agosto, em Sydney.
O Ministério Público apresentou queixa contra Rubiales na semana passada, solicitando que “fosse obtido um depoimento de Luis Rubiales, como réu, e da meia espanhola Jenni Hermoso, como vítima”.
Desde uma recente reforma do código penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado agressão sexual, categoria criminal que agrupa todos os tipos de violência sexual. As penas para um beijo forçado podem variar de multa a quatro anos de prisão, segundo fontes do Ministério Público.
A decisão de De Jorge veio um dia depois de Rubiales ter anunciado a sua demissão do cargo de presidente da Federação Espanhola de Futebol RFEF, depois de inicialmente se ter recusado a fazê-lo, alegando que o beijo tinha sido "consensual". Numa carta aberta anunciando a sua decisão, o jogador de 46 anos continuou a defender-se.
“Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça”, escreveu Rubiales.
A polícia australiana disse à AFP na segunda-feira que estava disposta a ajudar na investigação, mas que um relatório ainda não havia sido encaminhado a eles. Hermoso, 33 anos, que joga no clube mexicano Pachuca, disse que o beijo indesejado a deixou "vulnerável e como vítima de uma agressão", com um comunicado nas redes sociais descrevendo-o como "um ato impulsivo, machista, fora do lugar e sem nenhum tipo de consentimento da minha parte".
Ela também acusou Rubiales de pressioná-la a falar em sua defesa imediatamente após o início do furor sobre o beijo, o que os promotores disseram que poderia ser considerado um crime de coerção.
Fonte: O GLOBO
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