De acordo com a colunista Bela Megale, cúpula do Exército recebeu a informação, e escolha da farda se dá porque ex-ajudante “cumpria missão” quando ocupou o cargo na Presidência

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou fardado ao Senado para prestar depoimento à CPI do 8 de Janeiro, do Congresso. Mensagens com teor golpistas enviadas por diversos interlocutores foram encontradas em seu celular, inclusive com uma minuta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que serviria para embasar um plano contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a colunista Bela Megale, a cúpula do Exército foi informada nesta segunda-feira sobre o uso da farda. Segundo membros das Forças Armadas, a escolha da farda se dá porque Cid “cumpria missão” quando ocupou o cargo de ajudante de ordens na gestão de Jair Bolsonaro como presidente.

A sessão de hoje da CPI mista também irá analisar requerimentos que pedem a convocação do fotógrafo Adriano Machado e do major José Eduardo Natale, ambos de interesse da oposição. A base do governo também tentar incluir um requerimento extra-pauta para pedir o acesso ao e-mail institucional que Cid usava quando era auxiliar da Presidência.

Cid é considerado um dos assessores mais próximos de Bolsonaro. Ele é filho do general Mauro César Lorena Cid, que foi colega do ex-presidente na Academia Militar de Agulhas Negras (Aman). O ex-ajudante de ordens está preso por conta do envolvimento em uma suspeita de fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e familiares. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ajudante de ordens pode ficar em silêncio durante as perguntas que o incriminam.


Fonte: O GLOBO