Construção da segunda linha de produção na Abreu e Lima, em Pernambuco havia sido interrompida em 2015, após investigação. Objetivo é ampliar capacidade de refino no país

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou dar continuidade à implementação do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, em reunião realizada na quinta-feira. As obras da segunda linha de refino foram interrompidas em 2015, na sequência à revelação de irregularidades envolvendo a companhia no âmbito da Operação Lava-Jato.

Agora, porém, o Conselho avalia que o projeto tem “atratividade econômica confirmada”, considerando o Plano Estratégico da companhia para o período de 2023 a 2027, que já inclui nas previsões de investimento o aporte necessário à retomada da implementação do Trem 2 da Rnest.

O primeiro trem de refino da Rnest entrou em operação no fim de 2014.

Em abril, a companhia já havia anunciado a expansão de Abreu e Lima, com obras que devem seguir até o fim de 2024, ampliando a capacidade de processamento dos atuais 115 mil para 130 mil barris de petróleo por dia.

Produção de combustíveis

A previsão é que essa nova linha da Rnest entre em operação em 2027, aumentando ainda mais a capacidade de refino de petróleo no país, com aumento da produção de derivados, sobretudo de diesel S10, para atender à demanda de mercado. O Trem 2 da refinaria pernambucana terá capacidade para produzir 13 milhões de litros desse diesel por dia.

“A expansão da capacidade da RNEST é fundamental para aumentar a produção e a disponibilidade de derivados, em especial, óleo diesel S10. Localizada estrategicamente em Pernambuco, a refinaria está conectada ao sistema logístico nacional e contribuindo para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro”, destaca William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, em comunicado.

Ao retomar o projeto do Trem 2, em Pernambuco, a Petrobras afirma voltar suas atenções para ativos rentáveis, mas também destaca o foco em descarbonização das áreas de exploração e produção, num momento em que a companhia se esforça para avançar em transição energética.

Venda cancelada

A Rnest estava entre os ativos da Petrobras à venda até a última gestão da companhia, mas não teve interessados. No ano passado, a estatal optou por retomar a construção do Trem 2 como estratégia para tornar o ativo mais atraente a investidores. No novo governo, diante da meta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de expandir a produção nacional de combustíveis, o processo de venda foi interrompido.

Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, afirma em comunicado, que “a retomada das obras na RNEST revela o compromisso da companhia em modernizar suas operações, levando em consideração a viabilidade econômica e atendimento às necessidades do mercado e da sociedade”.

O processo de contratação de empresas e fornecedores para a realização das obras serão analisadas e divulgadas ao mercado posteriormente.


Fonte: O GLOBO