Analistas previam alta de 0,20% no mês. Safra recorde ajuda no desempenho da economia

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), visto como uma prévia do PIB, registrou alta de 0,56% no quarto mês do ano, melhor que o esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,20%.

Na comparação com abril do ano passado, o indicador registrou crescimento de 3,31%. Este segundo resultado não considera ajustes sazonais, ou seja, a retirada de efeitos de curto prazo na comparação.

Assim como o PIB divulgado pelo IBGE, o indicador do BC incorpora estimativas para áreas como indústria, agropecuária, serviços, mas não considera o lado da demanda - que é mensurado no cálculo do Produto Interno Bruto.

Na agricultura, há expectativa de safra recorde em 2023, com colheita acima de 300 milhões de toneladas de grãos pela primeira vez na História do país.

— O número divulgado hoje mostra que a economia brasileira continua mais aquecida do que o esperado pelo mercado. Isso deve manter o tom de mais otimistas com o crescimento econômico e esse número ratifica as revisões para cima que tivemos recentemente em relação ao PIB — avalia Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group.

No primeiro trimestre de 2023, o PIB avançou 1,9%, também ficando acima da expectativa do mercado. O resultado foi impulsionado, sobretudo, pelo agronegócio.

O agronegócio foi o responsável pela alta do PIB nos três primeiros meses do ano. Para o segundo trimestre, espera-se que haja uma perda de ritmo mas o setor deve se manter forte.

Em abril, indústria e serviços tiveram desempenho fraco, segundo dados do IBGE. Serviços recuou 1,6%, e a produção industrial caiu 0,6%.

Além de "prever" o direcionamento do PIB, o IBC-Br é também referência para a política monetária do Banco Central, na definição da taxa básica de juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros, será no dia 21 de junho.


Fonte: O GLOBO