Lançamento ocorreu perto de Bakhmut, cidade onde os combates se concentram no leste do país

As tropas ucranianas divulgaram imagens do lançamento de mísseis perto de Bakhmut, cidade onde os combates se concentram no leste da Ucrânia numa das batalhas mais sangrentas nos 14 meses de guerra. O vídeo foi divulgado nas redes sociais do jornal "The Sun". 

As forças do país não divulgaram a data exata da investida nem a localização exata de onde partiu o ataque. A região tem sido um dos focos dos ataques dos russos, que têm enfrentado resistência dos ucranianos para avançar na conquista do território.

Após especulações de que a contraofensiva da Ucrânia prevista para as próximas semanas pode ficar aquém do esperado, os Estados Unidos asseguraram na terça-feira que Kiev tem o que precisa para recuperar os territórios invadidos. 

A declaração do secretário de Estado Antony Blinken veio um dia antes de os ucranianos anunciarem avanços em Bakhmut. Também na terça-feira, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner acusou soldados do exército oficial de Moscou de fugirem de suas posições em Bakhmut e acusou o Estado de ser incapaz de defender a Rússia.

O fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, está em conflito aberto com a hierarquia militar russa, a quem acusa de não fornecer munição suficiente aos seus combatentes, que estão na linha de frente em Bakhmut.

"Hoje (terça-feira), uma das unidades do Ministério da Defesa fugiu de um de nossos flancos (....) Eles abandonaram suas posições, todos fugiram", acusou Prigozhin em um vídeo postado no Telegram.

"Por que o Estado não consegue defender o país?", disse ele no momento em que o presidente russo, Vladimir Putin, preside um desfile militar em Moscou para comemorar a vitória contra os nazistas em 1945.

Na semana passada, o chefe do Wagner ameaçou retirar seus homens de Bakhmut até 10 de maio se o Estado-Maior não entregasse a munição solicitada.

No domingo, ele afirmou ter recebido uma "promessa" do exército de que receberiam suprimentos suficientes, o que parecia descartar a retirada de seus combatentes de Bakhmut.

Mas nesta terça Prigozhin reiterou sua ameaça de retirar seus mercenários porque disse que eles não tinham munição suficiente, alegando que Wagner recebeu apenas "10%" do que pediu.

Em suas declarações, porém, ele afirmou que não vão abandonar Bakhmut e que ficarão por alguns dias.

"Vamos lutar apesar de tudo, vamos conseguir", disse ele.

Além disso, Prigozhin acusou a hierarquia militar russa de querer "enganar" Putin sobre a ofensiva na Ucrânia.

"Se tudo for feito para enganar o comandante-em-chefe (Vladimir Putin)", o povo russo "ficará furioso se perder a guerra", disse ele.


Fonte: O GLOBO