O grupo criminoso alvo da Operação Canguçu — uma força-tarefa com mais de 350 policiais — saiu de duas residências na cidade de Redanção, no Pará, no dia da tentativa de assalto a uma transportadora e ataque a um quartel de Confresa, em Mato Grosso. Nesta quarta-feira, a Polícia Civil prendeu um homem identificado como principal articulador do apoio logístico dado à quadrilha.

O suspeito, de 30 anos, foi detido na cidade de Araguaína, no Tocantins, e identificado em investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacias da Regional de Confresa. A operação que mira os envolvidos no ataque a Confresa chegou nesta quinta-feira ao seu 25º dia.

— A ação continua integrada com Tocantins, Pará, Mato Grosso, Goiás e Minas Grais, com a manutenção dos cercos e pontos de bloqueio. — disse ao GLOBO o major Thiago Monteiro, porta-voz da Polícia Militar do Tocantins — Seguimos com incursões na mata, terrestres e pela água, além de patrulhamentos aéreos.

Até esta quarta-feira, 15 suspeitos foram mortos em confronto com a polícia e dois foram presos em região de mata na cidade de Pium (TO), onde as forças policiais tem se concentrado. Além do preso em Araguaína, outros duas pessoas foram detidas no município de Redenção, no Pará. Há ainda ao menos outro foragido, com mandado de prisão em aberto.

Segundo a polícia, o homem preso em Araguaína havia fugido para o estado do Tocantins depois que as forças de segurança identificaram e prenderam na última sexta-feira dois suspeitos de participarem do braço logístico da quadrilha, em Redenção. A prisão em flagrante ocorreu enquanto as autoridades cumpriam mandados de busca e apreensão em residências da cidade paraense.

Imagens coletadas pela polícia mostram o momento em que a quadrilha sai das residências a bordo de cinco carros de luxo blindados e dois carros populares — uma Land Rover Sport, um Kia Sorento, uma Hilux SW4, um Dodge Durango e um Mitsubishi Outlander — e segue pela BR-158 com direção a MT no dia dos ataques em Confresa.

As investigações apontaram que uma das casas foi alugada pelo suspeito preso em Araguaína, que utiliza nomes falsos e é investigado por outros crimes no estado do Tocantins. Além de dar apoio à quadrilha, ele teria participado de todo o planejamento, já que, segundo a polícia, já atuava na quadrilha no período dos ataques em Confresa.

— Além dos prisões teve o arsenal apreendido, com diversos fuzis de calibre potente. Inclusive, com duas .50, AK-47, pistolas, coletes, capacetes balísticos. Algo bem robusto, corroborando a periculosidade dessa quadrilha e o planejamento do roubo — aponta o major Thiago Monteiro.

A ação dos criminosos

Em 9 de abril, cerca 15 bandidos armados com fuzis tentaram assaltar uma transportadora de valores e invadiram o quartel da Polícia Militar de Confresa, município a mil quilômetros da capital Cuiabá. Os policiais dentro do prédio foram rendidos, e o local incendiado. A detonação de explosivos também provocou destruição nos telhados de prédios e casas ao lado.

Carros nas redondezas também foram incendiados pelos criminosos. Após o ataque ao quartel, o grupo se dirigiu até a transportadora de valores Brinks. Vídeos mostram paredes da empresa sendo explodidos durante a ação.

O grupo, no entanto, não conseguiu roubar o dinheiro. Segundo o comandante da Polícia Militar do Tocantins, onde os criminosos se refugiaram, a expectativa deles era levar até R$ 60 milhões do local, mas a demora para abrir o cofre fez com que desistissem e deixassem a cidade em fuga.

— Eles vieram muito bem preparados. A ação teve início em Confresa, e eles calcularam que teriam 3 horas para arrombar o cofre. Por que 3 horas? Era o prazo que o Bope de Mato Grosso teria para chegar. Com 2h30 eles abandonaram o cofre, sem levar nenhum centavo, no sentido de Tocantins — explica o coronel Márcio Barbosa, da Polícia Militar do Tocantins, que participa da busca pelos fugitivos.

O grupo, no entanto, não conseguiu roubar o dinheiro. Segundo o comandante da Polícia Militar do Tocantins, onde os criminosos se refugiaram, a expectativa deles era levar até R$ 60 milhões do local, mas a demora para abrir o cofre fez com que desistissem e deixassem a cidade em fuga:

— Eles vieram muito bem preparados. A ação teve início em Confresa, e eles calcularam que teriam 3 horas para arrombar o cofre. Por que 3 horas? Era o prazo que o Bope de Mato Grosso teria para chegar. Com 2h30 eles abandonaram o cofre, sem levar nenhum centavo, no sentido de Tocantins — explica o coronel Márcio Barbosa.


Fonte: O GLOBO