Imóveis de figuras famosas chamam a atenção pela grandeza e quantidade de cômodos

O castelo do cantor sertanejo José Rico, morto em 2015, tem dado o que falar nos últimos dias por conta do estado de abandono revelado em fotos recentes do imóvel. Dono de uma construção erguida em Limeira, cidade do interior de São Paulo, o artista encomendou a propriedade com mais de 100 cômodos em 1991. O músico, no entanto, morreu sem ver a obra finalizada. Avaliada, inicialmente, em R$ 3,2 milhões foi à leilão para pagar dívidas trabalhistas.

A propriedade possui 4,84 hectares e fica próxima à Rodovia Anhanguera. O imóvel penhorado tem um castelo e outras edificações não averbadas, ou seja, barracões em anexo não registrados. Em entrevistas, José Rico dizia que boa parte do projeto vinha de desenhos que ele fazia para os arquitetos. A piscina da casa, por exemplo, foi construída em formato de viola.

O imóvel foi a leilão para pagar dívidas trabalhistas. O G1 revelou que uma ação foi movida na Justiça por um músico que trabalhou com a dupla entre 2009 e 2015. Nos autos, ele relata que trabalhava em 19 shows por mês e, posteriormente, 12 apresentações mensais, além de quatro apresentações em TV por ano. Com isso, o funcionário alega que não teve carteira registrada, não recebia horas extras, adicional noturno, 13º e outras garantias trabalhistas. Ele afirma ainda ter sofrido danos morais.

Em decisão de 16 de julho de 2021, o juiz do trabalho Marcelo Luis de Souza Ferreira, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), fixou a condenação em R$ 6,7 milhões. Em novembro do ano seguinte, a juíza Paula Cristina Caetano da Silva, da 2ª Vara do Trabalho de Americana, comunicou a penhora do "castelo".

Outro castelo brasileiro que já esteve nos holofotes é o do ex-deputado federal Edmar Moreira, morto em 2023 aos 83 anos. "Monalisa" fica no distrito de Carlos Alves, na zona rural de São João Nepomuceno. O município, localizada em Minas Gerais, abriga o terreno do tamanho de 268 campos de futebol. Ao todo, são 12 torres, piscinas, sauna, lago particular, jardins e um campo de golfe, tudo num terreno do tamanho de 268 campos de futebol.

No interior da construção de Moreira há 36 suítes com hidromassagem, decoração com vários tipos de mármore, adega para 8 mil garrafas, cozinha industrial e dois elevadores. O parlamentar ficou conhecido após ter sido acusado de não ter declarado propriedade avaliada em R$ 40 milhões na prestação de contas de campanha de 2006. Na época, ele declarou à Justiça Eleitoral ter apenas um terreno de R$ 17,5 mil na cidade mineira.

De acordo com a descrição do lote, o local é um "complexo turístico com parque aquático e castelo". O terreno, com lago, é do tamanho de 268 campos de futebol. O chamado Castelo Monalisa tem 12 torres, 37 suítes com closet, hall de circulação, três grandes salas, cozinha industrial, bar, salão com churrasqueira, vestiários para funcionários, ducha escocesa, adega subterrânea, casa de máquinas, garagem coberta, capela, chafarizes, ar-condicionado central e floresta composta por eucaliptos. Há pouco mais de 10 anos, a construção havia sido colocada à venda por R$ 20 milhões.

Filho de Moreira, o ex-deputado estadual Leonardo Moreira — morto em 2020, aos 46 anos, depois de passar 43 dias internado por causa de uma apendicite aguda — abriu as portas do castelo para o programa Fantástico, da TV Globo, em 2009. No primeiro andar, há um enorme salão e, embaixo, a adega com capacidade para oito mil garrafas. Ao todo, são seis andares de construção que, há época, ainda estava com as paredes sem pintura, fiação exposta e buracos no teto. Os elevadores também não estavam funcionando.


Fonte: O GLOBO