Suspeitos se passavam por influencers e admitiram que foram recrutados por facção criminosa de SP; 95 kg da droga estavam dentro de malas escondidas em duas cabines

Os quatros brasileiros — três mulheres e um homem — presos no início de maio em um cruzeiro de luxo na cidade francesa de Marselha por levarem 95 kg de cocaína em malas se fizeram passar por turistas e influenciadores digitais. A corporação informou que a droga foi avaliada em cinco milhões de euros, valor equivalente a R$ 26,7 milhões.

O quarteto foi preso no dia 2 de maio no cruzeiro Costa Favolosa, que deixou o Brasil em 18 de abril. Em depoimento, os investigados admitiram que foram recrutados pela maior facção criminosa de São Paulo para atuar como mulas do tráfico internacional de drogas.

De acordo com a imprensa francesa, a cocaína foi descoberta após os agentes estranharem o comportamento de um casal de brasileiros. A jovem e seu "namorado" desembarcavam do navio com uma mala de rodinhas. Mas voltaram para dentro da embarcação quando perceberam que seriam abordados pelos policiais.

Cerca de 1h depois, a mulher volta com uma mochila e, novamente, tenta recuar ao ver os agentes se aproximando. Ela então joga sua bolsa no mar. Dentro dela foram encontrados 8,4 kg de cocaína.

Os policiais revistaram a cabine onde a brasileira estava. No local havia um recibo de reserva de outro quarto no mesmo navio, em nome de outras duas brasileiras, que já tinham desembarcado.

Durante revista neste segundo quarto, os policiais localizaram o "namorado" da brasileira que jogou a mochila com drogas no mar. E embaixo da cama os agentes encontraram malas com 86,4 kg de cocaína.

As outras duas brasileiras foram presas quando souberam que o "casal" havia sido detido pela polícia. Elas já haviam entregue duas malas em um apartamento alugado pela plataforma AirBnb, em Marselha, mas voltaram ao navio para tentar resgatar o restante dos entorpecentes, e acabaram detidas.

Em depoimento, os quatro brasileiros com idades entre 26 e 31 anos admitiram o envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Eles assumiram que foram recrutados para levar uma carga de cocaína para a Europa.

Os quatro suspeitos não detalharam como as drogas foram passadas para eles ou se costumavam operar juntos. Os investigadores tentam descobrir se havia drogas nas malas que as duas mulheres chegaram a despachar no apartamento alugado pela plataforma AirBnb. A polícia também busca identificar quem pegou as bagagens e fez a reserva do imóvel.


Fonte: O GLOBO