Novo técnico mostra comportamento acelerado, mas quer mesmo é desacelerar a equipe

A cena de Jorge Sampaoli andando de um lado para o outro e extrapolando a área técnica do Maracanã contrastou com a imagem recente que Vítor Pereira deixou no Flamengo. O novo técnico tem um comportamento muito mais quente do que o colega português, que costumava sentar por alguns minutos no banco de reservas ao longo das partidas, sobretudo no segundo tempo.

Mesmo de pé rente ao gramado, Vítor Pereira mais observava o jogo e conversava com seus auxiliares do que orientava os jogadores. Em raros momentos, era visto gritando e cobrando posicionamento dos atletas. Por sua vez, Sampaoli chamou atenção na estreia pelo oposto. Marinho foi quem mais sofreu. O atacante jogou aberto do lado direito no primeiro tempo e escutou o técnico o corrigir várias vezes.

Antes e depois do jogo, o argentino não foi alvo direto de manifestações da torcida. Mas comentou, em entrevista coletiva, que seu objetivo é passar despercebido em relação ao seu comportamento, e que os rubro-negros se identifiquem mesmo é com a equipe em campo.

- Meu maior desejo não é que se identifiquem com o jeito como caminho, mas como se move a equipe. Eu sou secundário. Futebol é exclusivamente dos jogadores - afirmou Sampaoli.

Sobre a movimentação da equipe, a percepção do treinador é que o time ainda está correndo errado. Foi o ponto considerado ruim na vitória sobre o Ñublense pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. Nesta quinta-feira, o elenco já voltou a treinar pela manhã, de olho na segunda rodada do Brasileiro, no domingo, contra o Internacional, em Porto Alegre. A projeção é que o estilo do time, e não de Sampaoli, seja de um Flamengo mais com a bola.

- Gostei muio de a gente tentar jogar o tempo todo com a bola. Em alguns momentos ainda estivemos muito acelerados. Umas perdas de bola desnecessárias. Com tempo, não nos desgastaremos tanto - completou o treinador.


Fonte: O GLOBO