Associação de Jogadores anunciou aprovação de termos de novo acordo coletivo, com uma série de mudanças nas regras das competições, como permissão do uso de maconha

A NBA está prestes a dar um passo histórico em suas regras, permitindo o uso recreativo de maconha aos seus atletas. A medida, defendida por várias estrelas da competição, entrará em vigor a partir da temporada 2023/24. Para a próxima temporada, no entanto, esta não é a única novidade que pode ser implementada pela entidade.

O novo regulamento também incluirá uma cláusula permitindo que jogadores possam investir em sua própria liga ou em franquias da WNBA (principal liga de basquete feminino do país), bem como promover ou apostar em esportes e empresas relacionadas ao cultivo e à comercialização de maconha.

Um dos jogadores que pode se beneficiar da nova medida de investir em franquias é LeBron James, que já comentou em mais de uma ocasião que gostaria de ter um time em Las Vegas. Dessa forma, a NBA dará mais um passo para gerar mais conformidade entre seus principais ativos: os jogadores.

Os investimentos em times — algo que a NBA será pioneira quando se trata de jogadores — serão feitos por meio de uma empresa de private equity selecionada pelo sindicato. Os acordos publicitários e promocionais com as casas de apostas não devem estar relacionados com a atividade de apostas em si. É um dos pontos mais polêmicos do novo acordo, por abrir as portas para uma ligação mais próxima e oficial entre jogadores e empresas.

Permissão para maconha

De acordo com o último acordo, estabelecido entre 2017 e 2023, a maconha era uma substância proibida, que acarretava pena de cinco jogos caso houvesse três resultados positivos para o atleta ao longo de uma mesma temporada. Os jogadores eram submetidos a cerca de quatro controles por ano. Progressivamente, seu uso começou a ser liberalizado, até que esse acordo deu lugar à legalização total de seu uso.

A partir da bolha da Disney em Orlando, a descriminalização do uso da maconha passou a ser estudada. O uso entre alguns atletas, inclusive, é conhecido. Kevin Durant foi um dos que se manifestou sobre o assunto e até aparece em registros fumando.

“Se você a ama, você a ama. Se não, você nem vai tentar. Maconha é só maconha, não faz mal a ninguém. Ajude e melhore as coisas. Não é um debate”, disse ao All The Smoke, programa em que os também jogadores Matt Barnes e Stephen Jackson confessaram que utilizam regularmente a substância.

A NBA será a primeira liga nos Estados Unidos a autorizar o uso recreativo da maconha. A NFL também estuda aplicar a mesma medida, mas ainda não foi oficializado. Na NBA, desde os anos 90, essa questão vem sendo levantada. Em 1997, em uma palestra de Joe Dumars, ao The New York Times, ele explicou que muitos jogadores fumavam: "Se fizerem controles, o campeonato tem que ser suspenso”, contou o ex-jogador do Detroit Pistons.

Não há números oficiais de quantos jogadores consomem maconha, mas alguns meios de comunicação nos Estados Unidos publicaram que mais da metade dos jogadores que jogaram na NBA na década de 1990 fumavam para fins recreativos. Mesmo em conversa com a mídia, quando perguntaram ao atual técnico e ex-jogador Steve Nash, quando jogava pelo Phoenix Suns, se usava maconha, a resposta que ele dava era: “Sou de Vancouver, irmão” [cidade no Canadá onde as regras sobre o consumo de maconha são mais flexíveis].


Fonte: O GLOBO