Além da suspensão, aplicativo recebeu multa de R$ 1 milhão por não dar informações sobre medidas de combate a grupos que incitam violência na plataforma; último prazo foi de 24 horas

A Justiça Federal do Espírito Santo determinou, nesta quarta-feira, que operadores de telefonia e lojas de aplicativos suspendam imediatamente o acesso ao aplicativo Telegram. 

A plataforma não entregou dados completos sobre as medidas de combate a grupos neonazistas à Polícia Federal. Além disso, a multa aplicada, que era de R$ 100 mil, passou para R$ 1 milhão por cada dia que o aplicativo não forneça os dados.

Segundo o g1, a Diretoria de Inteligência da PF, as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, o Google e a Apple, responsáveis pelas lojas de aplicativo Playstore e App Store vão receber o ofício sobre a suspensão do Telegram ainda nesta quarta.

O aplicativo teria ignorado pedidos expedidos pelo Ministério da Justiça para combater a difusão de grupos neonazistas que poderiam estar ligados à difusão de conteúdo que incentiva ataques a escolas.

Na última semana, o ministro da Justiça, Flávio Dino, já havia anunciado que a pasta abriria o processo administrativo contra o aplicativo após a rede não informar os mecanismos adotados para conter conteúdos de ódio e ataques escolares. Ele alertou, na ocasião, que o aplicativo de mensagens poderia ser suspenso caso não colaborasse.

— Esse processo pode resultar naquelas sanções, que estão no Código de Defesa do Consumidor, que são multas até eventualmente suspensão das atividades no território nacional — afirmou, em balanço da Operação Escola Segura no dia 20 de abril.

De acordo com o secretário Wadih Damous, o Telegram foi a única empresa que declinou os pedidos do governo brasileiro.

— O Telegram tradicionalmente é de difícil contato, é de difícil diálogo — disse. — Não respondeu à notificação da secretaria Nacional do Consumidor, então nós vamos abrir um processo administrativo sancionador.

A pasta determinou que as redes sociais apresentassem medidas contra o avanço de grupos extremistas em suas plataformas no último dia 12.


Fonte: O GLOBO