Em vídeo, irmã de Kátyna Baía e a advogada denunciam que criminosos estão se aproveitando de drama que teve repercussão internacional e pedem dinheiro para ajudar na volta das duas ao Brasil

Depois de terem passado 37 dias presas num presídio feminino de Frankfurt, na Alemanha, as brasileiras Kátyna Baía, de 44 anos, e Jeanne Cristina Paolini Pinho, de 40, que ficaram sob suspeita de tráfico de drogas após suas malas terem sido trocadas, estão sendo usadas para a aplicação de golpes. 

Por mensagem, criminosos estão pedindo dinheiro supostamente para ajudar a família na volta das duas para o Brasil. A família alerta que não está pedindo doações de PIX para o regresso de Kátyna e Jeanne, afirmando que estão tomando todas as providências e arcando com as despesas, sem necessidade de ajuda financeira.

Lorena Baía, que viajou para a Alemanha para apoiar a irmã Kátyna na defesa contra a acusação da polícia local, informa que os pedidos de dinheiro não são verídicos. De acordo com a família e advogados, há criminosos se aproveitando da situação, que ganhou grande repercussão, inclusive internacional, para enganar pessoas de boa-fé que se solidarizaram com as brasileiras.

Kátyna é personal trainner e Jeanne, médica veterinária. Elas são de Goiás e tinham viajado de férias para a Europa. No Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, as malas teriam sido trocadas, de acordo com imagens já obtidas pela investigação da Polícia Federal. A bagagem do casal foi trocada por malas com 40 quilos de cocaína. As duas foram presas quando desembarcaram em Frankfurt, antes mesmo de chegarem à esteira para pegar suas malas. Até agora, as malas originais não foram localizadas.

As imagens mostrando a troca da bagagem já levaram a prisão de seis pessoas. Duas mulheres que a Polícia Federal identifica como "passageiras fake" estão sendo procuradas. Câmeras mostram duas mulheres chegando ao balcão da companhia aérea e embarcando as malas com a droga, que posteriormente substituíram a bagagem das passageiras. A família já disse que advogados vão entrar com ação de pedido de indenização por conta do equívoco. 

Kátyna e Jeanne foram presas em 5 de março e passaram dias em celas individuais separadas, com restrições alimentares e e dificuldade de comunicação com seus familiares. Ambas perderam muito peso e estão no momento se recuperando do estresse que viveram, sob observação médica. Enquanto isso, aguardam, na Alemanha, o andamento do processo legal para o retorno ao Brasil.

No perfil do Instagram justiçaparakátynaejeanne, há uma aviso sobre o golpe: "Não estamos pedindo PIX para ajudar o retorno de Kátyna e Jeanne para o Brasil! Fiquem atentos! Todas as informações oficiais serão postadas aqui!" A advogada Luna Provázio gravou um vídeo em que reforça o alerta de que há criminosos agindo para tirar proveito do drama das brasleiras: "Estamos aqui para deixar claro que nem a família nem os advogados estão pedindo dinheiro, ou PiX ou qualquer tipo de transferência para auxiliar na defesa ou no transporte da Kátyna ou da Jeanne".

Lorena Baía aparece no mesmo vídeo, ao lado da advogada, e afirma que "as meninas estão bem, em segurança, e a gente não tem necessidade de nenhum tipo de ajuda financeira neste momento". "Se alguém mandar mensagem para você, não caia, é golpe, fique atento", completa.

Kátyna e Jeanne reencontram com a família no dia 11 de abril, após terem sido consideradas inocentes pela Justiça alemã. “Marco histórico na justiça alemã […] Katyna e Jeanne estão free! E inocentadas!“, afirmou a advogada Luna Provázio, na ocasião.


Fonte: O GLOBO