Instituições financeiras ainda não aprovaram plano de até R$ 12 bilhões apresentado pela varejista
A Americanas anunciou a suspensão temporária das disputas judiciais em curso com alguns de seus credores financeiros para tentar chegar a um acordo com o objetivo de aprovar o plano de recuperação judicial.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de terça-feira, a varejista esclareceu que o objetivo é chegar a uma negociação que seja aceitável para a maior parte dos credores da companhia para viabilizar seu futuro operacional.
"A companhia espera que, durante esse período, as negociações culminem em um plano que conte com o apoio da maior parcela possível dos credores da Americanas e que possa ser submetido a uma Assembleia Geral de Credores dentro do prazo estabelecido pela legislação", disse a companhia.
Com o alívio fiscal, as ações da empresa chegaram a subir mais de 20%. Os papéis fecharam com alta de 16,50%, negociados a R$ 1,20.
A empresa não informou por quanto tempo deve durar essa suspensão e os bancos envolvidos. Essa "trégua" já estava sendo negociada desde o mês passado, segundo fontes.
Uma outra fonte lembrou que a trégua com alguns bancos tem duração mínima de 30 dias, podendo ser renovado por mais tempo. Uma outra fonte lembrou que teriam aderido ao acordo BTG, Santander, Safra e Itaú.
Por volta das 15h, as ações da empresa disparavam mais de 20%, negociadas a R$ 1,24.
No início deste mês, a companhia informou que seus acionistas de referência - os sócios da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — sinalizaram um aporte adicional de R$ 2 bilhões. Até então, a varejista já havia proposto um aumento de capital de R$ 10 bilhões.
Com isso, o total de aporte poderá chegar a R$ 12 bilhões. Esses dois potenciais aumentos de capital adicionais, de até R$1 bilhão cada, poderão ser acionados "caso a companhia esteja, nas datas futuras a serem acordadas, acima de determinados limites máximos de alavancagem ou abaixo de um nível mínimo de liquidez".
Porém, mesmo com as negociações acontecendo quase que diariamente, ainda não há acordo com os credores financeiros em relação à última proposta apresentada, informou a Americanas.
A trégua judicial envolve as diversas disputas judiciais envolvendo ações na Justiça do Rio, São Paulo e Brasília com os princiais bancos, segundo fontes.
Uma das ações, lembrou uma fonte, envolve a suspensão do pagamento antecipado a credores com dívidas trabalhistas e micro, pequenas e médias empresas. A varejista havia começado apagar, mas uma liminar obtida pelo Safra suspendeu a continuidade do pagamento antecipado. Assim, dos quase R$ 200 milhões a esses dois grupos, falta ainda pagar R$ 121 milhões a 2.502 micro, pequenas e médias empresas.
"Ainda não há previsão de que esse pagamento seja retomado. A empresa está tentando derrubar essa liminar e pagar", disse a fonte.
Fonte: O GLOBO
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