Abdel Bouhazama admitiu a frase durante preleção no vestiário do Angers, mas diz que fala, relativa a lateral-esquerdo do clube, está fora de contexto

Lanterna do Campeonato Francês e muito próximo de ter seu rebaixamento confirmado, o Angers vive um momento cada dia mais conturbado. Nesta terça-feira, uma nova polêmica explodiu no clube após uma frase controversa do treinador Abdel Bouhazama ter vindo a público. Em preleção antes de partida contra o Montpellier, neste domingo, o marroquino relativizou casos de assédio.

Em discurso motivacional para o jogo, que terminou com o Angers goleado por 5 a 0, o treinador de 54 anos mencionou o caso do lateral-esquerdo do Angers Ilyes Chetti, que responde por assédio após admitir ter tocado uma mulher em uma boate no fim do ano passado, e tentou defendê-lo. "Não foi por maldade, todos nós já tocamos em garotas antes", afirmou o treinador, segundo relato de um dos atletas do elenco ao jornal francês L'Equipe. Chietti, de 28 anos, foi titular na partida.

O diário procurou Bouzahama, que confirmou as declarações, mas afirmou que elas foram tiradas do contexto.

"Também digo que o que foi feito pelo jogador (Chietti) não é bom, mas todos nós cometemos erros ou coisas estúpidas, quem não cometeu erros como Ilyes? Não endosso o gesto dele, sou pai, tenho duas filhas. Como meu jogador (o próprio Chietti) ia jogar, era para colocá-lo em boas condições, para que a gente diminuísse o drama, entre aspas", justificou treinador.

A explicação não amenizou a crise. Diretor de comunicação do clube, Mohamed Sifaoui afirmou à agência de notícias AFP que as declarações de Bouzahama são inaceitáveis, mas que no contexto do vestiário, teriam a ver com "falta de tato e grosseria". Sob protestos de torcedores, o clube convocou uma reunião para esta terça-feira, que pode resultar na saída do treinador, que está no clube desde que treinava as categorias de base em 2015.


Fonte: O GLOBO