Abusos aconteciam durante as aulas, geralmente com a presença de outro adolescente

O professor suspeito de estuprar alunos em Nova Iguaçu de Goiás usava o argumento de que ofereceria “aulas de reforço” para convencer o pai de uma das vítimas, de 17 anos, a deixar o menino ir à sua casa. O GLOBO apurou, ainda, que, em algumas aulas, ele convidava outro adolescente para o local, e iniciava os abusos.

O adolescente chegou a dizer ao pai que não gostaria mais de frequentar os encontros, sem contar o que realmente acontecia, mas Mateus insistia com o pai para que ele fosse. Preocupado com o desempenho do filho na escola, o responsável permitia que ele voltasse.

Mateus José Mendes, de 50 anos, foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Goiás, suspeito dos crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual de adolescentes. O caso foi denunciado por um adolescente de 15 anos, que era violentado desde os 10 pelo homem. A apuração do inquérito policial corre em segredo de justiça.

Para as autoridades, o jovem disse “não aguentar mais a situação”. Segundo a polícia, o professor levava os jovens “até sua residência e naquele local os obrigava a manter relação sexual entre si, e também com o investigado, com prática de sexo anal e oral”.

Ainda de acordo com a polícia, o professor, que também dava aulas de futebol, pedia para as vítimas irem a sua casa buscar a “bola” usada nos jogos em sua casa. Era nesses momentos que ele cometeria o crime.

— No momento de sua prisão, o encontramos ele escondido na casa de sua irmã, aqui em Uruaçu. Então, adentramos a residência e o prendemos no banheiro da casa — diz o delegado Peterson Amin.

Abuso de pelo menos cinco adolescentes


Além do jovem que denunciou Mateus, no mínimo outros quatro adolescentes foram vítimas de abusos do professor. Todos eram chamados para frequentar a casa dele, e lá tinham que manter relações sexuais. Em algumas ocasiões, o professor participava. Em outras, apenas assistia.

O caso foi denunciado à escola onde um dos jovens estuda, depois que um amigo viu uma mensagem de Mateus chegar via WhatsApp. Na mensagem, Mateus pedia para ver o menino. Ao perceber o que acontecia, o amigo ameaçou contar para outras pessoas. Foi, então, que o jovem decidiu expor toda a situação à diretora, com a ajuda do colega.


Fonte: O GLOBO