Prestes a deixar a Corte, ministro afirmou que decisão sobre quem vai ocupar sua cadeira é 'exclusiva' de Lula e que 'nem ousaria' sugerir nome

O ministro Ricardo Lewandowski, que anunciou nesta quinta-feira sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o seu sucessor precisa ser "corajoso" para enfrentar as "pressões" que um membro da Corte recebe.

— Além dos requisitos constitucionais, (que) são reputação ilibada, notável saber jurídico, idade de 35 anos, eu penso que o meu sucessor deverá ser fiel à Constituição, fidelíssimo à Constituição, aos direitos e garantias fundamentais nas suas várias gerações. Mas precisa ser, antes de mais nada, corajoso, enfrentar as enormes pressões que um ministro do Supremo Tribunal Federal tem enfrentar no seu cotidiano.

Lewandowski disse, no entanto, que a decisão é "exclusiva" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que "nem ousaria" sugerir um nome. Nos bastidores, no entanto, o ministro defende Manoel Carlos de Almeida Neto, que foi secretário-geral do STF durante sua gestão na presidência da Corte.

— Essa é uma decisão, a respeito do meu sucessor, que é exclusiva do presidente da República e eu nem ousaria fazer alguma sugestão nesse sentido.

O favorito para ser indicado, até o momento, é Cristiano Zanin, que é advogado de Lula. Questionado sobre ele, Lewandowski disse apenas que "todos os nomes" cogitados são bons.

— Todos os nomes que estão aparecendo como candidatos são nomes de pessoas com reputação ilibada, com a trajetória jurídica impecável. O Supremo Tribunal Federal estará muito bem servido, e a sociedade brasileira (também), com qualquer dos nomes que tem parecido com frequência na mídia.


Fonte: O GLOBO