Deputada federal pediu esclarecimentos acerca das condições precárias que teriam sido aplicadas pelas empresas responsáveis pelo festival; Ministério do Trabalho e do Emprego notificou o evento na semana passada

Porto Velho, RO -
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou na última sexta-feira um ofício na Câmara dos Deputados que denuncia e pede esclarecimentos acerca das condições de trabalho dos funcionários do festival Lollapalooza, que ocorre neste final de semana em São Paulo. Na semana passada, o Ministério do Trabalho e do Emprego notificou as empresas T4F, responsável pelo Lollapalooza, e a Yellow Stripe, que opera os bares do festival, por trabalho análogo à escravidão.

No ofício, ao qual o GLOBO teve acesso, Hilton pede que a Bolsa de Valores (B3) e a Comissão de Valores Mobiliários interfiram no caso por punição das empresas: "Abertura de processo administrativo sancionador, que tenha por finalidade apurar a responsabilidade da empresa T4F Entretenimento S.A.

(Time For Fun) na prática de financiamento de trabalho em condições análogas à de escravo, em vista da flagrante lesão às normas do Novo Mercado e ao próprio Código de Conduta da empresa denunciada, bem como em vista da não divulgação de fato relevante às autoridades competentes", diz trecho documento.

Nas redes sociais, a parlamentar comentou sobre a ação: "Uma empresa que não considera o flagrante de trabalho escravo em seu maior evento um "Fato Relevante" não demonstra a Governança Corporativa que diz ter e exigida pela sua listagem na Bolsa. Sendo assim, pedi à CVM a retirada da T4F, organizadora do Lolla, do 'Novo Mercado'", escreveu a deputada.

Na última quarta-feira, cinco trabalhadores da empresa Yellow Stripe, responsável pelos bares do evento, relataram, em vistoria, que eram obrigados a dormir em colchonetes e papelão durante a montagem do festival. O caso ganhou repercussão nacional.

Diante da denúncia, a empresa T4F, responsável pelo Lollapalooza, afirmou que rompeu o contrato de terceirização.


Fonte: O GLOBO