Proposta do governo federal deve coincidir com dados que constam em um plano elaborado pelo indigenista Bruno Pereira, morto em junho do ano passado com o jornalista Dom Phillips

A proposta do governo federal para garantir a segurança no perímetro do Vale do Javari, no Amazonas, deve coincidir com dados que constam em um plano elaborado pelo indigenista Bruno Pereira, morto em junho do ano passado com o jornalista Dom Phillips. A informação é do secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.

"Eu não tive acesso a essas anotações do Bruno Pereira, mas, certamente, a política e a diretriz do governo [federal], de dar centralidade nesse debate de segurança pública vai nos aproximar, porque os problemas são os mesmos, só aumentaram de tamanho", disse Alencar.

A definição de ações no campo da segurança pública, enfatizou o secretário, requer, em primeiro lugar, uma compreensão sobre o contexto social da região.

"O nosso foco na Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública] é crime organizado e aqui na Amazônia há essa sobreposição de criminalidades que eu acho que é, vamos dizer assim, um piloto robusto daquilo que a gente pretende fazer no Brasil", adicionou.


Povos indígenas vivem no Vale do Javari, no Amazonas. — Foto: Reprodução/Univaja

Na semana passada, mencionou, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve com os secretários da Amazônia Legal, para alinhar o programa interinstitucional Amazônia Mais Segura (Amas), que vai envolver sete ministérios, agências reguladoras, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto de Conservação Chico Mendes (ICMBio).

"Tem muita gente já fazendo alguma coisa. Tem uma parte de estruturação, que é fundamental. Ela, isoladamente, não tem poder de tração, mas é indispensável, que é você equipar as forças de segurança. A gente ainda está vendo o sentimento do crime organizado, que, às vezes, desafia as autoridades do Estado brasileiro."

Os recursos para viabilizar as ações no Vale do Javari e o programa Amas devem sair do Fundo Amazônia, um mecanismo de captação de recursos (doações) gerido pelo BNDES. O foco principal do fundo é garantir a prevenção, o monitoramento e o combate ao desmatamento na Amazônia Legal, além de implementar sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no Brasil fora da Amazônia Legal e em outros países tropicais.

Fonte: G1/AM