Ministros de Lula se reuniram com ministro do STF e discutem soluções para retirada de garimpeiros da terra indígena

Representantes do governo federal se reuniram nesta segunda-feira com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater soluções para a crise vivida na reserva indígena Ianomâmi, em Roraima. O ministro é o relator de duas ações que tramitam na Corte e discutem ações de proteção ao povo indígena, que estão em grave situação humanitária.

Participaram da reunião com Barroso o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias e o Secretário Especial Para Assunto Jurídicos, Wellington César. O encontro ocorreu a portas fechadas.

De acordo com interlocutores do ministro do STF ouvidos pelo GLOBO, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria apresentado um panorama do que tem feito para conter a crise e dar uma resposta rápida à situação Ianomâmi.

Os representantes do Executivo, também segundo o GLOBO apurou, manifestaram preocupação com a retirada dos garimpeiros da terra indígena, e avaliam que é preciso dar uma solução humanitária para estas pessoas, evitando que haja uma "comoção social" em Boa Vista. Na avaliação do governo, além de responsabilizações, é importante que as pessoas retiradas do garimpo possam ter um encaminhamento.

Na reunião, o governo também teria informado que está fazendo um diagnóstico e um mapeamento para saber se outros povos indígenas da região também estão enfrentando uma situação de crise humanitária e violação de direitos.

No último dia 30, Barroso encaminhou uma série de documentos e dos autos para que a Procuradoria-Geral da República, o Ministério Público Militar (MPM), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ) e a Superintendência Regional da Polícia Federal de Roraima investiguem eventual participação de autoridades do governo Jair Bolsonaro em crimes de genocídio, desobediência, quebra de segredo de justiça, e de delitos ambientais relacionados à vida, à saúde e à segurança das comunidades indígenas.


Fonte: O GLOBO