Com a prisão de mais suspeitos, investigações da polícia apontam para uma disputa por terras como motivo para os assassinatos

Os desdobramentos da investigação policial sobre o caso da chacina de uma família no Distrito Federal apontaram nesta quinta-feira, 26, para uma nova direção em relação à motivação dos crimes.

Segundo o advogado da família da cabeleireira Elizamar da Silva, que foi morta com outros nove parentes no início deste mês, os crimes aconteceram por uma disputa de terras envolvendo os suspeitos e as vítimas. Os assassinos teriam matado a família para se apropriar de terras em Planaltina (DF), onde viviam Marcos Antônio Lopes de Oliveira e Renata Belchior, sogros de Elizamar.

A ideia dos criminosos seria assassinar toda a família — inclusive os filhos pequenos de Elizamar — para que ninguém reclamasse o direito às terras. Assim, eles se apropriariam por usucapião.

A nova alternativa derruba de vez o depoimento de Horácio Carlos Ferreira Barbosa, o primeiro suspeito detido, que havia dito que matou a família a mando de Marcos Antônio e seu filho, Thiago Belchior. Essa hipótese já havia perdido força quando foram achados, entre as vítimas, os corpos de Marcos e Thiago.

O esclarecimento surgiu a partir da prisão do quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, que se entregou na tarde de quarta-feira, e de outro suspeito de 17 anos, que já foi liberado. Antes, também haviam sido detidos Gideon Batista de Menezes e Fabrício Silva Canhedo.

O crime

Já se passaram catorze dias desde os primeiros indícios da chacina, que foi o desaparecimento de Elizamar com os filhos Rafael, Rafaela e Gabriel. Os quatro foram encontrados num carro carbonizado em Cristalina (GO). Depois isso, foram encontrados, nessa ordem, os restos mortais de Marcos Antônio, que foi esquartejado em Planaltina, além de Renata Belchior, mulher de Marcos, e Gabriela Belchior, filha de Marcos, ambas num carro carbonizado em Unaí (MG).

Por último, foram reconhecidos os corpos de Thiago Belchior, filho de Marcos e marido de Elizamar; Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos; e Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia com Marcos, numa cisterna também em Planaltina. Ao todo, foram dez pessoas assassinadas.

Todos os detidos pela polícia viviam perto do casal Marcos Antônio e Renata, e sabiam que a família também havia recebido grandes quantias de dinheiro recentemente. As investigações, que correm na 6ª Delegacia de Polícia, do Paranoá (DF), sob comando do delegado Ricardo Viana, não descartam o envolvimento de mais pessoas. O inquérito deve ser concluído ainda nesta semana.


Fonte: Veja