A lista dos 79 procuradores que assinaram um pedido endereçado ao procurador-geral da República Augusto Aras para investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou atenção de integrantes do Ministério Público Federal que estão trabalhando na apuração dos ataques terroristas.

Apesar do ímpeto em solicitar que Aras investigue Bolsonaro, apenas 18 dos signatários daquela lista se candidataram como voluntários no mutirão formado por membros do país inteiro para participar das audiências de custódia dos cerca de 1.500 presos acusados de atos terroristas e antidemocráticos.

Essas audiências têm o objetivo de verificar a condição em que eles foram presos. Nelas, o membro do Ministério Público deve opinar se há elementos para converter a prisão em flagrante em prisão preventiva (sem prazo definido). A decisão caberá ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O mutirão também mobilizou juízes de vários tribunais, defensores públicos e advogados. Os participantes relatam uma rotina exaustiva, com uma sequência de audiências que começam pela manhã e se estendem até a noite, com previsão de serem realizadas também durante o fim de semana.

— Enquanto a gente estava em audiência, tinha gente à toa fazendo abaixo assinado — disse um procurador.


Fonte: O GLOBO