Objetivo é reforçar a unidade da atuação no Brasil contra os atos criminosos ocorridos no último domingo

Porto Velho, RO - O CNPG (Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União) criará uma comissão de parametrização e uniformização das ações do Ministério Público brasileiro. O objetivo é reforçar a unidade da atuação em todo território nacional frente aos atos criminosos praticados em Brasília (DF) no último domingo (8).

Na última segunda-feira (9), ocorreu uma reunião extraordinária. A presidente do colegiado, procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti, conduziu a reunião onde foi deliberada a criação da comissão de parametrização e uniformização das ações do Ministério Público brasileiro.

Na ocasião, Norma Cavalcanti frisou a importância de uma atuação conjunta e firme em defesa da democracia e da ordem jurídica.

"Precisamos estabelecer diretrizes e agir em constante interlocução para alcançarmos resultados efetivos", disse.

A reunião extraordinária ocorreu de forma virtual. Além disso, o Ministério Público brasileiro repudiou os atos criminosos de invasão aos prédios dos Poderes da República e ressaltou o protagonismo e o compromisso do Ministério Público com a investigação dos fatos.

Invasão e terrorismo



Manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das eleições invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal). A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, que estava fechada, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes.

Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. Após a depredação no Congresso, eles invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. No STF, quebraram vidros e móveis.

As imagens mostram que o efetivo de policiais militares que estava nas proximidades do Congresso Nacional usou sprays de pimenta em uma tentativa sem sucesso de conter os manifestantes que entoavam palavras de ordem golpistas.

Via redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que "essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer". Ele acrescentou ter ouvido do governo do Distrito Federal que o efetivo seria reforçado. "As forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça", escreveu o ministro.

Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e atual secretário de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal, Anderson Torres, que se encontra nos Estados Unidos, disse, via Twitter, ter determinado ao setor de operações "providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília".

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse nas redes sociais, que tem certeza que a maioria dos brasileiros quer união e paz para que o Brasil siga em frente. "Essa manifestação é de uma minoria golpista que não aceita o resultado da eleição e que prega a violência. Uma minoria violenta, que vai ser tratada com o rigor da lei".

Presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco disse repudiar "veementemente esses atos antidemocráticos", que, segundo ele, deverão "sofrer o rigor da lei com urgência". A Polícia Legislativa também está no local, na tentativa de conter a invasão.

"Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contato permanente. O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação", disse Pacheco.

Fonte: Portal SGC